Cristiano Ronaldo no Portugal-Hungria - Foto: Miguel Nunes
Cristiano Ronaldo no Portugal-Hungria - Foto: Miguel Nunes

Cristiano não gosta nada de esperar pela História (as notas de Portugal)

Laterais serviram bis do capitão Ronaldo, que garantiu mais uma página na memória do futebol mundial, mas outras figuras da Seleção deixaram fugir a oportunidade de planear algum relaxamento
Melhor em campo: Cristiano Ronaldo (8)
De olhos postos naquele que será o seu sexto mundial - a juntar a outros tantos Europeus - mostrou que a ambição é a mesma de 2006, quando participou no torneio pela primeira vez. Agora com uma sagacidade na área que não tinha há 19 anos, apontou os dois golos de Portugal, juntando assim mais um recorde a um palmarés interminável. Tornou-se, com 41 golos (em 51 jogos), o melhor marcador da história das fases de apuramento para Campeonatos do Mundo, superando o guatemalteco Carlos Ruiz, que marcou 39 golos em 47 partidas. Começou cedo a fazer pontaria à baliza da Hungria, e já na segunda parte ensaiou o terceiro golo, com um remate em jeito, de pé esquerdo. Percebe-se a substituição, mas que jeito teria dado naqueles minutos finais, após o empate sofrido.

DIOGO COSTA (6) — A saída em falso foi o principal pecado no primeiro golo, mas esteve seguro a controlar a profundidade, perante a ameaça «do melhor contra-ataque do mundo» - como classificou Roberto Martínez antes do jogo -, e teve algumas intervenções seguras entre os postes. Nada podia fazer no tento da igualdade.

NÉLSON SEMEDO (6) — Promovido à titularidade, fez a assistência para o primeiro golo de Ronaldo, mas viu Szoboszlai assinar o empate nas suas costas, ao minuto 90+1.

RÚBEN DIAS (6) — Seguro, como habitualmente, sobretudo no jogo aéreo, vertente em que a Hungria criou dificuldades. Ficou perto de marcar um golaço de fora da área, mas a bola saiu ao poste, e pouco depois teve um corte importante após cabeceamento de Szalai à trave.

RENATO VEIGA (5) — Rendeu o lesionado Gonçalo Inácio mas foi batido várias vezes no ar, quase sempre em disputa com Varga, e mostrou também alguma ansiedade com a bola nos pés, nomeadamente em zonas mais adiantadas.

NUNO MENDES (7) — Fez má cara ao falhar um primeiro cruzamento para Cristiano Ronaldo, e até simulou, com o braço, a curva que pretendia, mas desenhou linha perfeita, poucos minutos depois, para o segundo golo do capitão. Já não estava em campo quando Portugal sofreu o empate, já em período de compensação.

RÚBEN NEVES (5) — Sente-se mais confortável de frente para o jogo, a construir em zonas mais recuadas, mas esse papel ficou para Vitinha, o que explica uma exibição mais discreta do herói do jogo com a Irlanda.

VITINHA (6) — Ainda não foi desta que marcou pela equipa das quinas, mas ficou a centímetros, com um belo remate, cruzado, de fora da área. Temos visto exibições bem mais vistosas do médio do PSG, mas não sabe jogar mal.

BRUNO FERNANDES (6) — Ainda atirou uma bola ao poste, já na segunda parte, mas foi, porventura, a única ocasião em que conseguiu encontrar algum espaço no corredor central. Por esse motivo apareceu muitas vezes encostado à linha, sobretudo pela esquerda, mas sem ganhar influência.

BERNARDO SILVA (6) — Passe delicioso para Francisco Conceição na segunda parte, mas pouca influência no último terço, para além disso.

PEDRO NETO (6) — Pouco produtivo na primeira parte, foi o principal agitador do arranque da etapa complementar. Assinou dois remates, um deles a obrigar o guarda-redes da Hungria a defesa apertada, e ainda arrancou um amarelo, mas pouco depois foi substituído.

JOÃO PALHINHA (5) — Rendeu Rúben Neves, fixando-se como médio mais posicional, o que permitiu soltar mais Vitinha no plano ofensivo.

FRANCISCO CONCEIÇÃO (6) — Logo na sua primeira intervenção tirou um cruzamento perfeito para João Félix, mas o lance não acabou em golo. Mais tarde teve tudo para aproveitar um passe sublime de Bernardo Silva, mas adiantou demasiado a bola e desperdiçou a ocasião. Mexe sempre com o jogo, mas desta feita sem efeitos práticos.

JOÃO FÉLIX (6) — Assim que entrou viu Tóth negar-lhe o golo com uma espantosa defesa. Caiu-lhe depois nos pés a oportunidade de dar o apuramento a Portugal, ao minuto 90+4, já com o 2-2 no marcador, mas não conseguiu festejar.

NUNO TAVARES (5) — Procurou mostrar serviço, com boas arrancadas pelo corredor, mas fica também ligado ao golo do empate, pois não conseguiu evitar o cruzamento no lado direito da área.

GONÇALO RAMOS (5) — Rendeu Cristiano Ronaldo a 12 minutos do fim mas não conseguiu entrar verdadeiramento no jogo, que estava, nesse período, muito incaracterístico.

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