Francesco Farioli, treinador do FC Porto — Foto: Catarina Morais/KAPTA+

Bolas paradas, Varela e uma visão «demasiado positiva»: tudo o que disse Farioli

As palavras do treinador dos dragões após a vitória sobre o Rio Ave (3-0), na abertura da 6.ª jornada da Liga

Francesco Farioli assegura que «nem tudo está perfeito». Após a vitória sobre o Rio Ave, por 3-0, nos Arcos, o treinador do FC Porto colocou algum travão à euforia, lembrando que é importante «não celebrar demasiado» aquilo que os azuis e brancos têm feito. Ainda assim, deu os parabéns aos adjuntos pelo trabalho levado a cabo nas bolas paradas e justificou a substituição de Alan Varela.

Qual a importância e o segredo das bolas paradas?

—Não há uma receita especial, apenas trabalho e dedicação. Tenho de mencionar o Lino [Godinho], o Lucho [González] e o Carlos [Godinho] nesse aspeto. É o trabalho de todo o staff. Trabalham muito este aspeto, a nível ofensivo e defensivo. Os cantos, o pontapé de saída… Quando a bola pára, há esse trabalho importante.

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O que significam estes seis triunfos consecutivos, o melhor arranque na Liga desde 2017/18?

—É um começo bom, mas o passado é o passado. Temos de olhar para o futuro, a começar pela Liga Europa, pelo jogo com o Salzburgo. Depois, vamos estar novamente a trabalhar para o jogo com o Arouca, há novamente a Liga Europa e, depois, outro jogo [contra o Benfica]. Temos de olhar para a frente e não celebrar demasiado o que já fizemos. Temos, isso sim, de olhar para o que fizemos e para o que precisa de ser melhorado.

Por que razão substituiu Alan Varela ao intervalo?

—Foi uma substituição por precaução. Levou um pontapé num dos gémeos. Creio que não é nada de preocupante.

As substituições após o 3-0 foram mais a pensar na gestão física dos jogadores?

—Eu acredito que o futebol o jogo nunca acaba. Concedemos uma ou outra situação e o adversário podia ter virado a tendência do jogo. Temos de estar sempre ligados mentalmente, não conceder qualquer oportunidade ao adversário. O adversário precisa de criar as oportunidades que tiver, não pode tê-las porque nós permitimos. Deixámos cair a posse após 20 minutos e não é isso que queremos.

O que sente ao ver tamanho domínio da sua equipa?

—Acho que essa é uma visão demasiado positiva… Fomos essa equipa durante 10 ou 15 minutos, mas depois mostrámos pequenas coisas que, de fora, podem ser mais complicadas de ver. Eu não vi a equipa que quero ver durante os 90 minutos. Houve alguns momentos em que não estivemos ao nível que a Liga e os adversários exigem.

Os adeptos já pedem o título... O que lhes pode dizer?

—Temos de trabalhar, manter este nível de entusiasmo nos adeptos, mas também não devemos ser estúpidos e considerarmo-nos melhores do que somos realmente. Depois do jogo com o Sporting, disse que era possível ver como tudo muda em dois meses... Os jogadores que cá estavam não eram assim tão maus há dois meses e não são os melhores agora. Não podemos deixar baixar o nível. Houve algumas coisas de que não gostei.

De que forma justifica a troca de Rodrigo Mora por Gabri Veiga no onze?

—Vamos precisar de toda a gente, devido a algumas lesões que tivemos e agora vamos ter muitos jogos... Toda a gente vai ter um papel importante. Aprendemos a manter o nível elevado nas sessões de treino. Tenho de mencionar, também, alguns elementos da equipa B. Toda a gente está a remar na mesma direção, que é a correta.

Zaidu entrou e jogou a lateral-direito. Que análise faz à exibição dele?

—A última época foi complicada para o Zaidu, falhou boa parte dos jogos devido a uma lesão. Esta época, abordou muito bem a pré-temporada e tem tudo impacto e contribuições muito boas. Dei mais espaço ao Moura nos últimos jogos, porque é alguém importante, que queremos no melhor nível. Mas temos uma grande relação com o Zaidu. Prefere ser lateral-esquerdo, mas em algumas sessões de treino testei-o como número 8. Hoje pedi-lhe para jogar como lateral-direito. É um jogador adorado por todo o grupo.