Benjamin reforçou marcas da 'depressão' na Reboleira (crónica)
Lisboa era um dos vários distritos sob aviso amarelo devido à depressão Benjamin, que este fim de semana afeta grande parte do território nacional, e, como tal, o concelho da Amadora estava, também, em alerta.
A chuva não foi assim tão forte quanto chegou a temer-se — os aguaceiros que caíram durante o encontro não tiveram a intensidade suficiente para prejudicar o espetáculo —, mas o resultado final do desafio deixou a nu os efeitos sentidos pelos tricolores. Que no reinado de João Nuno continuam sem vencer — antes da receção ao Rio Ave (na estreia do técnico em partidas na Reboleira), os amadorenses tinham baqueado diante do Gil Vicente (0-2), para a Liga, e no reduto do Alpendorada (1-3), para a Taça de Portugal.
No entanto, e ao contrário do que aconteceu no passado fim de semana, no duelo com a formação que alinha no Campeonato de Portugal, os jogadores estrelistas tiveram uma atitude competitiva assinalável. E, a espaços, jogaram um futebol de qualidade. Nomeadamente na primeira parte, período em que foram claramente superiores ao adversário, pelo que o golo de Paulo Moreira (belo remate cruzado, na sequência de uma jogada de insistência de Jorge Meireles) deu justiça ao marcador.
O grande problema para o Estrela é que os jogos... não acabam ao intervalo. A etapa complementar teve uma toada completamente diferente, com mérito total para o Rio Ave. E, mais concretamente, para a postura dos jogadores do emblema da caravela durante os segundos 45 minutos.
Qualquer que tenha sido a mensagem de Sotiris Silaidopoulos em tempo de descanso — além das substituições que efetuou e que redundaram na mudança de sistema, com a equipa a deixar a linha de três centrais para passar a jogar com quatro defesas e mais um elemento no meio-campo — a verdade é que surtiu efeito. E de que maneira!
André Luiz, logo após o reatamento, rematou em arco, com categoria, para o empate — o extremo brasileiro não festejou, por respeito ao Estrela da Amadora, o seu anterior clube — e esse tento fez bem... às duas equipas.
Os tricolores sentiram-se espicaçados e voltaram à carga, mas os rioavistas, catapultados pelo aspeto psicológico, foram em busca de mais. E conseguiram.
Já dentro dos últimos 20 minutos, Marious Vrousai integrou-se no ataque, entrou na área pelo flanco direito e rematou cruzado para selar a cambalhota.
A depressão Benjamin teve reforço na Reboleira e prolongou o mau momento do Estrela, o Rio Ave venceu pela primeira vez fora de casa na presente temporada.
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora:
Renan Ribeiro (5), Luan Patrick (5), Atanas Chernev (5), Otávio (5), Jefferson Encada (5), Oumar Ngom (6), Paulo Moreira (6), Sidny Cabral (6), Abraham Marcus (5), Jorge Meireles (6), Kikas (6), Guilherme Montóia (5), Ianis Stoica (5), Robinho (5), João Gastão (5) e Rodrigo Pinho (5).
As notas dos jogadores do Rio Ave:
Cezary Miszta (5), Pancho Petrasso (4), Jakub Brabec (5), Jonathan Panzo (5), Marious Vrousai (7), Andreas Ntoi (5), Brandon Aguilera (4), Nikos Athanasiou (6), André Luiz (7), Clayton (6), Dario Spikic (5), Olinho (5), Giorgos Liavas (5), Antonis Papakanellos (5), Marc Gual (-) e Julien Lomboto (-).
Luís Silva (treinador-adjunto do Estrela da Amadora):
Entrámos bem no jogo e na primeira parte tivemos o domínio e o controlo. Trabalhámos para chegar ao golo e acabámos por conseguir. Depois, na etapa complementar, o Rio Ave voltou melhor do que tinha estado e marcou um golo cedo que lhes deu tranquilidade. Ainda continuámos a trabalhar com uma alma muito grande e não merecíamos, de todo, este resultado, até porque até ao fim tivemos várias aproximações perigosas à baliza.
Sotiris Silaidopoulos (treinador do Rio Ave):
Foi uma vitória da personalidade e do carácter que a equipa demonstrou na segunda parte. Os jogadores que saltaram do banco deram muita energia à equipa. Estamos num processo e precisamos de tempo para desenvolver o nosso jogo.»