Benfica: o que é importante debater
A BOLA dá início a uma série de entrevistas aos candidatos à presidência do Benfica — aqueles que aceitarem o desafio deste formato — numa altura em que a contagem decrescente para as eleições de 25 de outubro já tem listas oficiais. A campanha eleitoral tem sido marcada por muitas intervenções, com as candidaturas, legitimamente, a escolherem onde querem falar e como.
Há um momento marcante até agora, quando Noronha Lopes fez o inesperado e expôs os rendimentos que auferiu após uma controversa reportagem. Foi ao mesmo tempo o momento mais alto e mais baixo desta campanha eleitoral. Mais baixo porque ninguém devia ter de chegar àquele ponto, e Noronha Lopes sentiu que chegou, mais alto pelo inesperado da situação, que será recordada seja qual for o candidato vencedor e não só para a memória do Benfica, do futebol português, mas para todos os que estudam o fenómeno da comunicação: haverá spin doctors a tirar apontamentos.
Olhando numa perspetiva mais generalista, não deve ter havido período maior em que o Benfica, fora de campo, foi tão debatido. Não só nos jornais, TV, rádios, mas também nos formatos digitais, independentes como o podcast 90+3 que A BOLA distribui, mas também nos que são feitos por adeptos, com candidatos a irem a estúdio, reconhecendo novas tendências e públicos, e a desdobrarem-se nos esforços de uma campanha que é constante. Rui Costa, por exemplo, entre o exercício de presidente e o de candidato, como começou mais tarde a campanha, não esteve na última reunião da European Club Association (ECA) para recuperar tempo para os oponentes.
Também nesta quarta-feira se conheceu o programa do maestro o que, finalmente, pode e deve levar o debate para onde ele deve ir: para as ideias sobre o Benfica e a sua gestão futura.
Salários de membros dos órgãos sociais, votações em AG que podem derrubar direções são, de facto, importantes, e saber o que pensam candidatos também, mas o tempo de discussão para se mudar algo foi lá trás, quando se votaram os estatutos.
Já pouco importante para o futuro do Benfica é como fica a relação de Rui Costa e Vieira. Pode ser interessante ouvir uma resposta, vivemos muito do consumo destas coisas em Portugal, mas em que medida saber se o maestro cumprimenta ou não o antecessor afetará o futuro do Benfica e dos benfiquistas?