Mundial-2026: Schjelderup pode ter problemas para entrar nos EUA
Andreas Schjelderup, jogador do Benfica e da seleção norueguesa, lida com um processo por partilha ilega de vídeo, com conteúdo sexual de menores, e esse é mais um problema grave para quem quer entrar nos Estados Unidos da América e marcar presença no Mundial-2026, para o qual a Noruega está muito bem posicionada. Faltam 3 pontos e defronta Estónia e Itália esta semana (quinta-feira e domingo).
O advogado dinamarquês Martin Dahlgaard, que dirige o escritório USA Denmark Law, foi entrevistado pela publicação VG, pois lida diariamente com pedidos de vistos para pessoas de Dinamarca, Noruega e Suécia. Alguns deles são de pessoas com antecedentes criminais. Dahlgaard é advogado licenciado na Dinamarca, Nova Iorque e Washington DC e alerta que ter um processo criminal no cadastro é muito complexo: «Dificulta as coisas. Neste caso, há dois cenários: ele já pode ter um visto para os EUA. Você só precisa de declarar o histórico criminal no momento da solicitação, não precisa de declarar posteriormente à embaixada americana, mas deve declarar na fronteira se for questionado.»
Sem visto seria mais complicado — «Nesse caso, ele deve declará-lo na embaixada americana em Oslo, que avaliará se o que aconteceu se enquadra no conceito de imoralidade grave —, mas Schjelderup esteve com o Benfica no Mundial de Clubes dos EUA este ano e terá a documentação válida.
Segundo Dahlgaard, há uma uma saída mesmo para quem não tem visto: «A embaixada pode recomendar uma isenção. Isso deve ser feito pelo Departamento de Segurança Interna em Washington DC. E eles podem exercer o seu poder discricionário. Podem dizer que 'este é um atleta e ele vai jogar no Mundial'. O problema é que isso pode demorar muito tempo. Já vi casos em que demorou mais de um ano. Quando se trata do Mundial de futebol, é possível que eles acelerem o processo. Mas nunca se sabe. A decisão fica nas mãos de outras pessoas. Está fora do seu controlo.»
Martin Dahlgaard explica que obter um visto para os EUA tornou-se mais difícil nos últimos anos. Teve um cliente que partilhou fotos de uma ex-namorada e foi condenado. A pessoa em questão nunca conseguiu um visto para os EUA. «O tipo de crime de Schjelderup é considerado muito, muito grave» nos EUA e o jogador tem razões para estar preocupado: «Sim, ficaria muito nervoso e ansioso. Se não tiver visto, provavelmente será recusado na embaixada e, nesse caso, dependerá de uma exceção à regra do Departamento de Segurança Interna.»
Mesmo com visto, Andreas Schjelderup pode enfrentar problemas, pois «precisa de passar pelo controlo de fronteira». «A entrada nos EUA depende do guarda de fronteira no aeroporto, não do visto. A probabilidade de que o caso seja conhecido no controlo de fronteiras é bastante grande. Portanto, é bastante dramático, não é fácil nem simples para ele. Pode causar-lhe sérios problemas se não tiver uma isenção do Departamento de Segurança Interna», finalizou o jurista.
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