Depois da suspensão dos trabalhos, João Noronha Lopes fala com João Diogo Manteigas, para tentar sensibilizar José Pereira da Costa a retomar os trabalhos. Juntam-se a eles Martim Mayer e Cristóvão Carvalho. Luís Filipe Vieira junta-se à conversa e há uma discussão quente. Os ânimos exaltaram-se e houve vários empurrões e até ameaças de agressão a João Noronha Lopes

AG do Benfica: ameaças de agressão, empurrões, insultos e alta tensão

Assembleia Geral foi suspensa e só será retomada às 14.30 horas desde que presidente da Mesa entenda que há condições de segurança

O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, José Pereira da Costa, suspendeu a Assembleia Geral Ordinária de apreciação e votação do relatório de gestão e as contas do exercício de 2024/2025, bem como o relatório e parecer do Conselho Fiscal, por falta de condições de segurança. Ainda não é certo que possa ser retomada. José Pereira da Costa anunciou aos sócios que às 14.30 horas avaliará se haverá condições para que a reunião magna possa ser retomada.

Foi já perto das 13 horas que Pereira da Costa decidiu suspender os trabalhos, depois de muita tensão no pavilhão número 2 da Luz. Tudo começou quando Luís Filipe Vieira subiu ao púlpito para se dirigir aos sócios. Muitos decidiram abandonar o pavilhão em protesto (apoiantes de João Diogo Manteigas foram os primeiros a sair), alguns dos que ficaram insultaram o antigo presidente dos encarnados, e junto às portas, na saída, cantou-se o hino e ouviu-se também o cântico «Benfica é nosso e há-de ser».

Foi, então, nessa altura que José Pereira da Costa decidiu suspender a AG. Ato contínuo, João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas juntaram-se para tentar sensibilizar o presidente da Mesa da AG a retomar os trabalhos. Martim Mayer e Cristóvão Carvalho, também candidatos, aproximaram-se de Noronha Lopes e João Diogo Manteigas. Os quatro insistiram junto de Pereira da Costa que a AG prosseguisse. Mas o presidente da Mesa da AG manteve a decisão.

Luís Filipe Vieira juntou-se à conversa e houve, então, uma forte discussão. Os ânimos exaltaram-se ainda mais e foi nessa altura que houve vários empurrões e até ameaças de agressão a João Noronha Lopes. A intervenção dos seguranças evitou as agressões.

Passado alguns minutos, Pereira da Costa anunciou que a AG seria retomada às 14.30 horas desde que estivessem salvaguardadas todas as condições de segurança.

«Isto vem do passado, há aqui um grupo, que tem a ver com o [movimento] Servir o Benfica, onde estão o Benitez e o João Manteigas. Estavam a acordar e desafiaram outros para saírem da sala quando fosse falar. Mas vamos falar, calma. Eles têm de ouvir», reagiu Vieira, em declarações à CMTV.

O antigo presidente dos encarnados esteve na reunião acompanhado vários seguranças. Alguns elementos das candidaturas de João Diogo Manteigas e João Noronha Lopes queixam-se de terem sido ameaçados por eles.

«Isto nunca aconteceu na história centenária do Benfica. Impedir um sócio de falar só foi possível porque um grupo radical tomou, há muito tempo, conta destas assembleias. Estamos a aplicar no Benfica os discursos de ódio, que criticámos nos nossos rivais. Os autores morais deste episódio não dignificam o cartão com que entraram nesta assembleia, nem representam a unidade do Benfica. Os sócios saberão julgar em urnas», reagiu Bruno Batista, diretor de campanha de Vieira.

Artigo corrigido às 15.45 horas.