Benfica gastou como nunca, mas surpreenda-se com o valor pago em comissões
O Benfica fez o maior investimento de sempre neste mercado de verão, o último conduzido pelo diretor-desportivo Rui Pedro Braz, que está de saída, como A BOLA já deu conta.
Braz, com o presidente Rui Costa na liderança, colocou em marcha plano idêntico ao seguido noutros períodos e que assentou, também, em reduzir ao máximo o valor gasto com comissões de intermediação. Rui Pedro Braz negociou diretamente e pessoalmente os reforços contratados.
Segundo dados a que tivemos acesso, a SAD dos encarnados promoveu, este verão, a saída de 39 jogadores. Álvaro Carreras (Real Madrid, €50 M), Orkun Kokçu (Besiktas, €30 M), Florentino Luís (Burnley, €26 M), Kerem Akturkoglu (Fenerbahçe, €22,5M), Arthur Cabral (Botafogo, €12 M), Gedson Fernandes (Besiktas, €10 M), Casper Tengstedt (Feyenoord, €7 M), Diogo Nascimento (Olympiakos, €1,9 M), João Victor (CSKA, €900.000) e Meité (PAOK, €800.000) foram vendas, a que se juntam oito empréstimos, 14 saídas com partilhas de passe, cinco saídas em final de contrato e três rescisões amigáveis.
Neste lote entram ainda João Victor e Nascimento porque as águias ainda detinham parte dos passes de ambos.
O volume de negócio traduziu-se em €161,3 M de encaixe garantido — €105,1 M em vendas, €2 M em empréstimos, €54 M em obrigações de compra, €19,5 M em opções de compra e €8,5 M em variáveis.
De €161,3 M, o Benfica pagou €7 M de comissões de intermediação, incluindo comissões de empréstimos e obrigações de compra. Ou seja: 4,3% do valor global garantido.
Nas entradas, o procedimento seguido em relação ao pagamento de comissões é ainda mais baixo, justificado pelo modus operandi do emblema encarnado, com Rui Pedro Braz a negociar com agentes, jogadores e entre clubes, sem intermediários.
Entraram no clube, este verão, nove jogadores — Dahl (Roma, €9 M), Dedic (Salzburgo, €10 M), Richard Ríos (Palmeiras, €27 M), Obrador (Real Madrid, €5 M), Barrenechea (Aston Villa, €3 M), Ivanovic (Saint-Gilloise, €22,8 M), Sudakov (Shakhtar, €6,7 M), Lukebakio (Sevilha, €20 M) e Federico Coletta (Roma, €1 M).
A SAD tem encargo garantido de €136,8 M. Em compras imediatas gasta €94,8 M, a que acrescem €9,7 M em empréstimos, €32,3 M em obrigações de compra contratualizadas, €17 M em variáveis igualmente fixadas por contrato e €1,2 M gastos com intermediações. De €136,8 milhões em compras, a SAD dos encarnados gasta somente 0,8% com comissões.
O volume total de negócio desta janela de mercado, entre compras e vendas, fixa-se em €298,1 milhões, dos quais €8,2 milhões se destinam a comissões de intermediação — 2,7%.
Independentemente dos valores altos gastos pelo Benfica na contratação de vários jogadores para o plantel de 2025/2026, com compromissos perto e acima dos €30 milhões (o médio-criativo ucraniano Sudakov, contratado ao Shakhtar, pode chegar aos €32 milhões), a estrutura do futebol profissional vincou procedimento de mercados anteriores, que permitiu contornar um investimento que poderia ser ainda mais elevado.