Quem é o reforço do Benfica que quase passou despercebido no último dia de mercado?

A contratação de Federico Coletta pelo Benfica, apesar de devidamente noticiada a tempo e horas, acabou por passar ligeiramente despercebida na enxurrada de notícias publicadas sobre o fecho do mercado de transferências.

Por um milhão de euros (e 30% de uma futura venda, mas limitado a um máximo de €6M — ou seja, o máximo que os romanos receberão, seja qual for o montante da venda, será €6M), os encarnados asseguraram junto da Roma, o seu clube de formação, uma das grandes promessas do futebol italiano. Coletta é um médio-ofensivo de 18 anos, que chega a Lisboa com a perspetiva de começar pela equipa B antes de poder aspirar, a curto/médio prazo, a mudar-se para a formação principal. Pelo menos, apresenta esse potencial. E o investimento é mínimo.

Nascido na Cidade Eterna, destacou-se nas camadas jovens do futebol transalpino, onde somou títulos e momentos decisivos. Foi campeão italiano sub-16, venceu o Torneo delle Nazioni de sub-15 e sagrou-se campeão europeu de sub-17 em 2024, ao serviço da seleção italiana, assinando o golo decisivo na meia-final contra a Dinamarca e outro na final diante de Portugal (vídeo em baixo). Já em 2023 tinha conquistado o campeonato italiano de sub-17, confirmando uma trajetória marcada pelo sucesso competitivo.

Atualmente, Federico Coletta está convocado para defrontar Croácia, Alemanha e República Checa nos próximos dias. O embate com os croatas é já amanhã. Pode ser utilizado ainda como extremo e avançado-centro, ainda que neste último enquadramento fique mais expostos devido à sua dimensão física.

Com bola, Coletta distingue-se pela técnica apurada e inteligência de jogo. É um médio criativo, elegante e muito difícil de travar em situações de um contra um, graças à agilidade, dribles curtos e mudanças rápidas de direção. A visão e a precisão no passe permitem-lhe encontrar colegas em zonas de finalização, ao mesmo tempo que exibe uma notável capacidade para criar desequilíbrios com conduções de bola verticais, desde o meio-campo até à entrada da área adversária.

Outro ponto forte é a eficácia nas bolas paradas, tanto em livres diretos como em cantos ou cruzamentos laterais. Dono de um remate forte e preciso com ambos os pés, revela também instinto goleador pouco comum num médio, com movimentações inteligentes sem bola e uma taxa de finalização acima da média para a posição.

Na última época, apontou pela equipa primavera 14 golos e assinou três assistências em 40 jogos em todas as competições.

A intensidade competitiva é outra marca do seu perfil: gosta de pressionar alto, perto da área contrária e mostra disponibilidade permanente para ajudar a recuperar a posse, revelando grande agressividade nos duelos e resistência física que lhe permite manter o ritmo durante os 90 minutos.

Ainda assim, apresenta margem de evolução no capítulo físico, sobretudo no choque e nos duelos aéreos, aspetos que o Benfica pretende trabalhar ainda na equipa B, pela equipa técnica comandado Nelson Veríssimo. A expectativa é clara: consolidar o talento num contexto competitivo exigente e preparar a futura integração na equipa principal.

Considerado por muitos observadores como um dos médios mais promissores da sua geração, Coletta chega à Luz como um projeto de futuro com selo de qualidade do clássico centrocampista transalpino.