Benfica: «É uma ótima notícia não haver voto eletrónico neste contexto»
Representantes das candidaturas às eleições do Benfica reuniram-se esta quarta-feira com o Presidente da Mesa da Assembleia Geral em funções, José Pereira da Costa, no Estádio da Luz. Gonçalo Almeida Ribeiro frisou a A BOLA a importância da garantia da transparência do sufrágio agendado para 25 de outubro.
Principais conclusões da reunião
«Foi uma reunião muito importante, estas eleições ocorrem num contexto particular, com muitas candidaturas, num momento de grande divisão no clube em que há uma atmosfera de relativa desconfiança por razões históricas quanto à integridade do processo eleitoral, sobretudo, porque não foi possível aprovar um regulamento que desse um quadro de segurança jurídica às eleições. Por isso o Presidente da Mesa da Assembleia Geral teve a iniciativa de convocar os representantes para uma reunião de forma a que pudessem manifestar as suas preocupações sobre as regras que vão governar esta eleição e os vários protocolos adotados para garantir a integridade do ato eleitoral. Foi uma iniciativa muito importante, as candidaturas manifestaram preocupações, Na minha leitura, ainda preliminar, foi feito um esforço sincero para se consensualizar um conjunto de soluções para as eleições. Se assim for, penso que o otimismo dos benfiquistas quanto à integridade e confiabilidade do ato eleitoral subirá certamente. É uma condição indispensável para que as eleições desempenhem as suas funções primárias, que são garantir a paz institucional após o ato eleitoral. As eleições não existem para resolver divergências programáticas, servem para determinar quem tem a legitimidade para governar o clube.»
Maior consenso entre candidatos?
«O que posso dizer é que esta reunião ocorre num momento muito mais adiantado da preparação das eleições, já após a formalização das candidaturas, tendo uma importância maior. Penso que estamos num processo de consensualização do quadro em que vão ocorrer as eleições, Mas por melhores que sejam os critérios é necessário ver se são rigorosamente aplicados no dia das eleições, tenho a esperança que assim seja. Todos os benfiquistas desejam que estas eleições sejam o mais exemplares possível e que tenham o grau de exigência que a democraticidade e o associativismo do clube reclamam.»
Eleições disputadas integralmente por voto físico
«Era conhecido que algumas candidaturas se opunham ao voto eletrónico. O voto eletrónico em teoria é uma solução excelente, porque dá maiores garantias de facilidade e universalidade do voto, mas não há soluções técnicas que garantam o valor democrático primeiro no voto eleitoral, que é a integridade das eleições. Se combinarmos isto com o histórico do Benfica e a forma como esse histórico alimenta dúvidas várias sobre a integridade dos processos eleitorais, eu penso que é uma ótima notícia não haver voto eletrónico. Mas é uma ótima notícia neste contexto específico. Nós não podemos excluir que no futuro o voto eletrónico seja viável. Nestas eleições ele certamente não é. Se queremos umas eleições íntegras, limpas, justas, exemplares, no atual momento ou no estado à arte do desenvolvimento técnico não podem deixar de ser, como são em todas as democracias maduras, eleições em que os eleitores depositam o voto físico em urna. Esse é o protocolo habitual, é o rito cívico primeiro, é assim que a democracia funciona bem.»
Eleições em dia de jogo contra o Arouca
«Estamos ainda numa etapa muito preliminar para tirar conclusões e depois veremos no dia das eleições. Da parte da Mesa da Assembleia Geral, penso que houve um esforço que na minha leitura foi sincero, na procura de consensualizar, na medida do possível, a forma como vão decorrer as eleições. Agora, é preciso também ver que os aspectos logísticos e organizativos dependem menos da Mesa do que da direção do Clube, que é a parte interessada nas eleições. Portanto, estaremos muito atentos, eu creio que todas as candidaturas, e certamente a nossa, exercerão uma fiscalização muito atenta e muito exigente do ato eleitoral. E isso é no superior interesse do clube, porque todos nós desejamos que destas eleições resulte uma legitimidade inatacável e condições para nós vivermos em paz institucional. Sem paz institucional, o Benfica não pode ser uma organização vencedora. »
Favoritismo
«As expectativas são muito boas, tenho uma grande esperança que destas eleições decorra um voto de confiança esmagador nas listas que apresentamos. Penso que são listas protagonizadas por individualidades de invulgar capacidade, de benfiquismo a toda a prova, que compreendem o substrato associativo do Clube e ao mesmo tempo são profissionais de grande exigência. Há vários sinais que me levam a pensar que temos boas razões para estarmos otimistas. Agora, como dizem os ingleses, a prova do pudim está em comê-lo, portanto esperemos pelas eleições para ter a certeza.»