As leituras emocionais, 92% de vitórias e o recomeço na Liga: o que disse Farioli
O Moreirense ganhou todos os jogos em casa. Quais são as mais-valias deste adversário?
— Ganharam os quatro jogos em casa. É um jogo que vai solicitar muito da nossa parte. É uma equipa muito organizada, com jogadores que dão qualidade. Temos de estar preparados para competir e recomeçar o nosso caminho na Liga.
Quão importante foi a boa ligação entre adeptos e a equipa depois da derrota com o Nottingham? Teme que essa ligação se quebre em caso de derrota na Liga?
— No futebol ganhamos, perdemos e empatamos. Tentamos sempre ganhar, porque é isso que o FC Porto nos exige. Os adeptos estiveram connosco e acredito que apreciaram o nosso desempenho. Vi vários comentários depois do jogo e acho que as pessoas se focaram demasiado na emoção e não se concentraram na realidade do jogo, porque senti que jogámos com muita coragem. Vi uma equipa a entrar em campo para jogar contra um adversário que não jogou assim tanto. Pressionámos, defendemos bem, tentámos atacar bem, mas eles têm uma equipa muito boa. Sou muito crítico, depois do 3-0 contra o Rio Ave até fiquei desapontado com o nosso nível, mas em Nottingham acho que fizemos um bom jogo, mas os penáltis acabaram por decidir o resultado.
Contra o Benfica e o Nottingham Forest vimos da parte do FC Porto uma menor produção ofensiva. Isso preocupa-o?
— Quando defrontamos uma equipa que apresenta um bloco baixo é normal que as oportunidades sejam menores. Ainda assim, tivemos as melhores oportunidades. Se não fossem os penáltis em Nottingham, teríamos mais probabilidades de marcar no decorrer do jogo. Já contra o Benfica não concedemos oportunidades. Ambas as exibições foram positivas, talvez não tenham sido brilhantes. Foram dois resultados que temos de aceitar. Desde que aqui estou, contando com os amigáveis, ganhámos 92% dos jogos.
A invencibilidade pesou muito nos ombros de uma equipa jovem como é a sua?
— Foi um sentimento bom de se ter e trabalhámos para isso. Não queríamos perder. Com tantos jogos em tão pouco tempo, em competições diferentes, não podemos ficar agarrados aos resultados, temos de seguir em frente. Após um jogo em que estivemos bem, mas o resultado não foi o desejado, temos de seguir em frente e preparar o próximo jogo, porque vai exigir muito da nossa parte. Temos de ter pernas e chama para aplicar o futebol certo em campo.
Gabri Veiga é um jogador influente, mas apenas por uma vez jogou 90 minutos. São razões táticas, físicas?
— Acontece por muitas razões. Começou a época de uma forma complicada, com uma lesão que travou a evolução dele. Temos de gerir o esforço. Ele tem trabalhado muito para estar na melhor forma, porque precisa de estar nesse nível para acompanhar o nível físico. Para o termos no máximo, tudo tem de estar no ponto certo. Queremos que ele esteja no seu melhor. Ele trabalha muito, esforça-se muito em várias áreas, dentro e fora do campo, e adapta-se às diferentes exigências e ao que lhe solicitamos no campo. Estou muito feliz com o que tem feito e estamos aqui todos para o ajudar a chegar à melhor forma. Ainda não vimos, mas em breve vamos vê-lo na melhor forma.
Não acha que nesses jogos com Benfica e Nottingham, ainda que pouco tenha concedido aos adversários, faltou a equipa alguma criatividade para criar mais em termos atacantes?
— Depende do adversário e da forma como eles entram em campo. Tenho na cabeça três grandes oportunidades contra o Benfica e, neste tipo de jogos, as qualidades das duas equipas acaba por ser muito semelhantes. Todos os lances podem decidir o jogo. Quando criamos três oportunidades e concedemos zero isso ajuda. Umas vezes temos mais sorte e a bola entra, outras não, mas não podemos fazer uma análise emocional. Temos de ser críticos e severos, mas não podemos deixar de ser objetivos e de avaliar o jogo de cabeça fria para perceber o que foi bem feito.