Armando Evangelista entra na história com Fama… e (mesmo muito) proveito

Na história e para a história. Não há outra forma de o dizer. E é dizê-lo olhando aos factos. Falamos de Armando Evangelista e do Famalicão. Porque o treinador entrou na história do clube e, em simultâneo, foi o autor de uma nova (e brilhante) página de história na vida do clube. Parece a mesma coisa, mas não é. Uma coisa poderia ter acontecido sem a outra.

Expliquemos. O Famalicão venceu, no passado sábado, o Benfica (2-0), na jornada inaugural da Liga. E porque é que Armando Evangelista escreveu história? Porque foi o primeiro treinador do emblema minhoto a conseguir derrotar os encarnados em duas ocasiões. Então e porque é que o técnico também colocou o clube na história? Porque nunca o Famalicão tinha ganho duas vezes seguidas às águias. E o feito ganha ainda mais relevo porque, afinal, esta foi apenas a terceira vez que o conjunto famalicense derrotou o Benfica em toda a sua… história.

E para encontrarmos o único registo relativo ao sucesso do Famalicão diante do Benfica é necessário recuarmos mais de 30 anos! A 13 de setembro de 1992, jogava-se, então, a 4.ª jornada da época 92/93, o conjunto de Vila Nova, então orientado por José Romão, levou a melhor com um tento solitário apontado por Freitas. O croata Tomislav Ivic era, na altura, o treinador dos encarnados, sendo que nessa equipa pontificava… Rui Costa. O agora presidente das águias foi suplente utilizado nessa partida.

Mas, voltando a Armando Evangelista e ao Famalicão, pouco mais de três meses bastaram para a subida à glória. No passado dia 5 de maio, na 32.ª ronda do campeonato da temporada anterior, os minhotos também derrotaram os encarnados por 2-0 – golos de Puma Rodríguez e Zaydou Youssouf.

Anteontem, o cenário repetiu-se e apenas um dos marcadores dos golos se alterou: Sorriso abriu o ativo, Zaydou Youssouf fechou as contas.

Costuma dizer-se que nada acontece por acaso e, independentemente dos deméritos que o Benfica possa ter tido, é da mais elementar justiça elevar os méritos do Famalicão. A organização defensiva, a qualidade de posse, a correta exploração dos flancos, a certeza dos timings no ataque à profundidade, os posicionamentos com e sem bola… No fundo, todo um cardápio estratégico devidamente colocado em prática pelos artistas e que deram corpo a um planeamento pensado ao pormenor pelo treinador.

Já depois das excelentes indicações que tinha deixado na reta final da época transata, quando assumiu o comando técnico da equipa e alcançou excelentes resultados, Armando Evangelista arranca uma nova era (já) em glória. Com Fama… e proveito. Até onde poderão ir os minhotos nesta aventura?