Festejo de Martín-Prieto no Benfica-Twente - Foto: IMAGO
Festejo de Martín-Prieto no Benfica-Twente - Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

Antigo vice-presidente do Benfica critica desinvestimento na equipa feminina

Fernando Tavares considera que a baixa assistência na receção ao Twente pode indicar a «possível regressão» do nível da modalidade praticada por mulheres em Portugal

O baixo número de espectadores que assistiram ao duelo entre Benfica e Twente no Estádio da Luz (2.645), na terceira jornada da fase de liga da Liga dos Campeões feminina, motivou uma reflexão na rede social Linkedin do antigo vice-presidente das águias, Fernando Tavares, sobre o futuro da modalidade.

Fernando Tavares, que deixou o Benfica nas últimas eleições — não integrou a lista de Rui Costa —, considera que o número mais baixo de espectadores de sempre num duelo da equipa feminina disputado no Estádio da Luz «é revelador da possível regressão da modalidade em Portugal e do desinteresse que está a crescer nos adeptos do futebol».

O vice-presidente que teve responsável pelo futebol feminino das águias destacou o caminho trilhado até ao pentacampeonato nacional, aos quartos de final da Liga dos Campeões, em 2023/24 e ao décimo lugar no ranking da UEFA. «Nesse percurso o Benfica chegou a ter uma assistência de 27.000 adeptos num jogo contra o rival Sporting, que contrasta com os 2.000 espectadores do último jogo europeu. Tal desinteresse resulta do desinvestimento feito na qualidade da equipa. Perder jogadoras como a Kika [Nazareth], a Ana Vitória e a Cloé Lacasse são apenas três exemplos de perdas irreparáveis. Ou seja, após a inédita conquista de atingir os quartos de final da Liga dos Campeões e quando se esperava um forte investimento para aproximar o Benfica do sonho europeu o clube regrediu na contratação de atletas que permitissem colmatar as saídas e subir o patamar competitivo», criticou.

Fernando Tavares destaca a «falta de reconhecimento» da Federação Portuguesa de Futebol sobre o trabalho realizado na Luz. «Se a política não se inverter, nada será como o passado recente e vamos assistir a um nivelamento por baixo das competições nacionais, algo que sempre interessou à Federação Portuguesa de Futebol e aos seus responsáveis em nome do equilíbrio da competitividade, mesmo que isso signifique um quadro de pobreza», salientou.

Fernando Tavares não integrou a direção encabeçada por Rui Costa que tomou posse no dia 8 de novembro.