Julian Nagelsmann, selecionador alemão, e Andreas Rettig, diretor-geral da seleção da Alemanha
Julian Nagelsmann, selecionador alemão, e Andreas Rettig, diretor-geral da seleção da Alemanha - Foto: IMAGO

Alemanha quer ser indemenizada por jogadores que mudam de seleção

Diretor-geral da federação germânica explica que esta é uma situação cada vez mais comum

A Federação Alemã de Futebol (DFB) pretende receber uma compensação financeira sempre que jogadores formados nas suas seleções jovens optem por representar outros países a nível sénior.

«Para mim, não faz sentido que um jogador, que foi treinado principalmente no seu clube durante cinco anos, mas também pela federação como parceiro júnior, possa mudar de associação nacional gratuitamente», afirmou Andreas Rettig, diretor-geral da DFB.

«Estamos a verificar se existe a possibilidade de uma compensação pela formação quando os jogadores mudam de associação nacional. Este assunto ainda não foi abordado de forma exaustiva. Mas, a formação tem de valer a pena para ambos os lados, tanto para o jogador como para quem forma», acrescentou.

O debate intensificou-se com vários casos recentes de jogadores que seguiram este caminho, como Kenan Yıldız e Can Uzun na seleção da Turquia.

Ou outros que ponderam fazê-lo, como Muhammed Damar e Nicolò Tresoldi, internacionais jovens pela Alemanha, que estarão a ser cobiçados pela Turquia e Itália, respetivamente.

Alemanha já beneficou e beneficia da imigração

Contudo, importa relembrar que a Mannschaft também beneficou da imigração com jogadores como Ilkay Gundogan, Mesut Ozil ou Sami Khedira.

Ou, até mais recentemente, quando Jamal Musiala optou pela Alemanha, depois de ter jogado nas seleções jovens de Inglaterra.

Na mais recente convocatória da seleção alemã, pelo menos 12 jogadores poderiam ter optado por representar outras nações. E Andreas Rettig também abordou essa situação.

«Na Alemanha, 43% das crianças com menos de cinco anos têm dupla cidadania. Quando tiverem mais 10 ou 12 anos, podem decidir se preferem a águia (alemã) ou, por exemplo, o crescente (turco)», começou por explicar.

Há escalões em que sete ou oito jogadores no onze inicial têm dupla nacionalidade.

«Analisámos as listas de convocados desde os sub-15 até aos sub-21 na federação. A percentagem (de jogadores com dupla nacionalidade) é significativamente superior aos 43% mencionados. Há escalões em que sete ou oito jogadores no onze inicial têm dupla nacionalidade», concluiu.

Apesar da intenção da Federação Alemã de Futebol, qualquer sistema de pagamentos de compensação teria de ser aprovado e implementado pela FIFA.