Vasco Seabra: «Somos a equipa com mais bolas ao poste»
Vasco Seabra, treinador do Estoril. Foto: Miguel Nunes/ASF

Vasco Seabra: «Somos a equipa com mais bolas ao poste»

NACIONAL10.03.202423:07

Treinador do Estoril considera que a sua equipa fez o suficiente para ter saído da Luz com outro resultado

Vasco Seabra considerou, na conferência de imprensa após o final da vitória do Benfica sobre o Estoril (3-1), que a equipa da linha conseguiu discutir o jogo e criar lances suficientes para sair da Luz com pontos, lamentando a falta de concentração da equipa nos golos que sofreu.

— Uma análise a este jogo, derrota numa altura em que todos os jogos para o Estoril são finais.

«Sim, são. Quanto à análise, penso que fizemos um jogo competente e completo, e ficou decidido em dez minutos, final da primeira parte e início da segunda, mas fizemos mais para sair daqui com um resultado melhor e com pontos. Não levamos vitórias morais, mas a minha convicção é que, da forma como nos preparamos e como somos bravos, pelas oportunidades que criamos, tenho a condição clara que, a cada final que vamos disputar, vamos cumprir os nossos objetivos.»

— Dá a ideia de que o Estoril pratica um futebol atrativo, mas está numa luta para se manter na primeira Liga. Como é que um treinador gere esta dicotomia?

«Sinto que quando jogamos verdadeiramente bem, ganhamos. É uma convicção e certeza que tenho. Não tenho a contabilização fechada, mas andamos à volta de 17 remates ao poste, à 25.º jornada. É difícil explicar que a bola bata 17 vezes no poste, somos a equipa com mais bolas no poste. Sem ferir suscetibilidades, não é minha intenção colocar em causa a vossa profissão, que admiro, mas por vezes a crónica muda em função da vitória e da não vitória, e o que conta são os pontos. A nossa expectativa e convicção é que, quando competimos desta forma o nosso jogo sai mais fluído, chegamos mais vezes à área adversária e impedimos remates do adversário. Se competirmos desta maneira, vamos chegar ao final e ser felizes.»

— Consegue olhar para trás e pensar no que poderia ser feito diferente para chegar a vitória?

«No final dos jogos é sempre mais fácil podermos fazer isso. Essencialmente, no lance do primeiro golo, não sair a jogar, jogar mais longo. Atá lá, o Benfica ainda não tinha rematado à baliza. Durante toda a primeira parte, tirando uma defesa do Daniel, a única aproximação à nossa baliza foi o canto final. Podíamos ter cortado mais cedo para não permitir ao Neres mudar o centro do jogo. Podíamos ter controlado melhor essa bola e, com esse momento, chegaríamos ao intervalo empatados. Depois, criámos oportunidades na segunda parte, em que conseguimos discutir o jogo.»

— Esta temporada o Estoril usufrui de certas individualidades que ajudaram a equipa, como Guitane. O que tem faltado para reerguer essas individualidades e tornar o Estoril um conjunto vencedor novamente?

«A equipa tem de estar muito acima da individualidade, um conjunto de jogadores não faz uma equipa. As individualidades sobressaem quando somos verdadeiramente uma equipa. No mercado de janeiro tínhamos 12 jogadores a ser falados para sair. Os jogadores continuam cá, e nós continuamos na luta, apesar da fase em que não conseguimos pontuar e em que não tivemos o nível de desempenhos habituais. Quando isso acontece, as individualidades não têm tanto protagonismo. Acreditamos que estamos em crescendo, e vamos acabar de forma positiva.»