Caldas, indignado, fala em «desrespeito» pela mudança do estádio para jogar com o SC Braga
O Campo da Mata, nas Caldas da Rainha, não está em condições de receber esta terça-feira o jogo com o SC Braga, e por isso a Federação (FPF) mudou o jogo para o Campo Manuel Marques, em Torres Vedras, passando a hora de início das 18h45 para as 19 horas. A chuva intensa que se tem sentido deixou o relvado em mau estado e obrigou à mudança do local do jogo. A decisão da Federação Portuguesa de Futebol deixou os responsáveis do Caldas indignados.
Equipa técnica, jogadores e dirigentes. Ninguém concorda com a decisão de não jogarem nas Caldas da Rainha nos oitavos de final da Taça e através de um comunicado manifestaram essa mesma indignação.
O Caldas diz que sempre defendeu que o jogo se realizasse em casa e nesse sentido articulou tudo com a Federação: «Desde o primeiro momento, o Caldas Sport Clube defendeu de forma firme, inequívoca e sustentada a realização do jogo no Estádio Campo da Mata, por considerar — e comprovar — que o recinto reunia as condições regulamentares exigidas. Esta posição não foi apenas uma convicção do Clube: foi formalizada por escrito, validada por todas as partes envolvidas e acompanhada de ações concretas. Na semana anterior ao jogo, e na sequência de indicações recebidas, o Caldas Sport Clube avançou com intervenções no relvado, realizadas por uma empresa externa associada a um clube da Primeira Liga, em articulação com a FPF, precisamente para garantir que o jogo se realizasse no nosso estádio. Estas intervenções foram executadas e comunicadas com conhecimento e validação das entidades competentes, através de correio eletrónico, não existindo, até esse momento, qualquer indicação formal em sentido contrário.»
Por se tratar de um jogo dos oitavos de final da Taça a FPF reforça que não abre mão da segurança dos jogadores que vão entrar em campo e nesse sentido considera que o estado do relvado não permite que seja palco do jogo.
O Caldas, para além de se ver impedido de jogar em casa, dá voz à indignação colocando em cima da mesa um problema para os responsáveis federativos: diz que vendeu mais 4 mil bilhetes e o palco do jogo, em Torres Vedras, tem capacidade para apenas 2401.
«Aquilo que eu sei, porque não conheço o estádio do Torreense, é que tem capacidade para cerca de 2400 lugares. O nosso campo tem capacidade para 5700, mas já tínhamos vendido quatro mil e tal bilhetes, que é o que interessa neste caso. A Federação escolheu aquele recinto pela proximidade e por entender que o relvado está em melhores condições do que o do Campo da Mata e, portanto, a partir de agora, a organização também será feita pela Federação e pelos envolvidos, neste caso, a polícia», explicou Rodrigo Amaro, presidente do Caldas Sport Clube em declarações à TSF.
O presidente do Caldas reforçou ainda que a Federação garantiu que haverá solução para os adeptos: «A Federação garante que quem tem bilhete pode deslocar-se a Torres Vedras e irá assistir ao jogo. Agora, em que condições? Neste momento, não consigo adiantar mais informações. A Federação garante que qualquer pessoa que tenha bilhete terá condições para ver o jogo nas condições em que comprou o bilhete, ou seja, nós temos condições para as pessoas estarem sentadas num lugar marcado no bilhete. Lá, eu não sei que logística é que vão adotar.»
Também o treinador do Caldas, José Vala, está desagradado com a decisão de jogar em Torres Vedras e não nas Caldas da Rainha e publicou fotografias do estado do Campo da Mata.