Abel Ferreira no Mundial de Clubes ao serviço do Palmeiras, nos EUA
Abel Ferreira - Foto: IMAGO

«Estamos todos na fila»: conferência de Abel marcada pela morte de Diogo Jota

Treinador português aproveitou a conferência de imprensa para falar sobre o falecimento do português e deixou um discurso... pesado, sobre a vida

A poucas horas de defrontar o Chelsea nos quartos de final do Mundial de Clubes, Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, aproveitou para dedicar um pouco da sua conferência de imprensa a Diogo Jota, que morreu esta quinta-feira num acidente de viação com o seu irmão, André Silva, e falou um pouco sobre... a vida.

«Às vezes, estas tragédias que acontecem, que estamos a falar porque é uma figura pública, mas acontecem todos os dias perto de nós, como guerras que a gente vê, à custa de egos, egos. Ainda hoje estava lá na parede dos águias: 'O ego pode ser o teu maior inimigo.' É o que acontece nos dias de hoje», começou por dizer, explicando a sua definição de sucesso, desvalorizando o resultado do jogo com os ingleses.

«E, às vezes, estas tragédias fazem-nos lembrar o verdadeiro sentido da vida. E, para mim, sucesso é quando eu chego a casa e me deito, ter a certeza de que dei o melhor que eu podia a cada dia que estou aqui. Para mim, é isso ter sucesso. É eu ter a minha consciência tranquila que dei o meu melhor. Mesmo se ganha, mesmo se perca, que eu fique com essa sensação de que eu dei o meu melhor», explicou.

«Eu dei o meu melhor para ganhar ao Chelsea. Eu dei o meu melhor. É isso que eu peço aos meus jogadores. E estava a falar ali há pouco fora. Pode parecer um pouquinho macabro, mas eu falo várias vezes com os meus jogadores da morte, porque estamos todos na fila. Estamos todos na fila. Isso é a única coisa que é certa na vida. Isso é certo. A sorte é que ninguém sabe quando», atirou.

«E vocês ouvem muitas vezes, sobretudo vocês, jornalistas brasileiros, a dizer eu vivo o aqui ou agora. O viver o aqui ou agora é exatamente pensando nesse sentido. Eu não sei o que é que vai acontecer amanhã. Não vou estar a preocupar o que é que vai acontecer. Eu tenho é que desfrutar, dar o meu melhor, ajudar os meus colegas e a nossa profissão é jogar futebol, eu tenho que a fazer de duas maneiras. É competir com amor e paixão. Isso é isto que eu realmente gosto de fazer», garantiu, deixando um pouco de humor num tema tão pesado.

«O problema é quando os nossos pensamentos andam para o outro lado. E se... E se... E se... E se... O 'e se' acho que joga em Espanha, nem sei em que clube. O 'e se' joga em Espanha. Aqui nós damos o nosso melhor e corremos uns pelos outros, jogamos uns pelos outros, marcamos uns pelos outros, ganhamos uns pelos outros e perdemos uns pelos outros. Falo especificamente que é a minha... que é o futebol», acrescentou, deixando uma mensagem final.

«O resto, meus amigos, é tentar ser o melhor pai, o melhor marido, o melhor filho, o melhor neto. O melhor que eu consiga ser a cada momento. Aqui e agora. É isso que eu vou pedir aos meus jogadores. Como tenho pedido sempre, em todos os momentos», finalizou.

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