Foram marcados 10 tentos em quatro jogos dos oitavos de final #DAZNChampions
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BOLA DO DIA A diferença entre Benfica e Barcelona não foi (só) Yamal

OPINIÃO12.03.202508:15

Raphinha e Yamal foram protagonistas do apuramento do Barcelona, mas o Benfica não deve ignorar uma questão central na análise ao jogo de despedida da Liga dos Campeões

Só a melhor versão do Benfica conseguiria virar a eliminatória com o Barcelona, mas o que se viu no Olímpico de Montjuic foi a pior exibição da equipa de Bruno Lage em três derrotas frente ao conjunto orientado por Hansi Flick. O golo de Otamendi — melhor jogador do lado português — ainda deu a ilusão de que a eliminatória estava em aberto, mas ao intervalo já o Barcelona tinha o apuramento para os quartos de final assegurado.

Raphinha manteve o nível dos duelos anteriores com o Benfica — cinco golos apontados às águias, só esta época —, mas Lamine Yamal esteve muito acima daquilo que fez nas duas visitas à Luz, e mais próximo, portanto, de um patamar que o colocará muitas vezes como candidato à Bola de Ouro. O campeão europeu de seleções destacou-se na ausência de Álvaro Carreras, mas não foi por causa de Samuel Dahl, o substituto, que o Benfica entregou a eliminatória, até porque as falhas defensivas foram muito mais coletivas do que individuais.

A equipa de Lage até entrou bem em Montjuic, mas após o 1-1 começou a perder referências de pressão e de posicionamento. O treinador português não abdicou da organização defensiva em 4x4x2, mesmo perante as dificuldades sentidas para incomodar a saída de bola do adversário, e consequentemente para evitar os espaços abertos dentro da estrutura.

Elogiar a definição de Yamal e Raphinha serve também para destacar o fraco rendimento de Schjelderup e Akturkoglu, mas a diferença entre Barcelona e Benfica esteve sobretudo no centro do jogo, onde Pedri, Frenkie de Jong e Dani Olmo foram brilhantes na forma como ludibriaram a pressão benfiquista, perante a fraca oposição do tridente preferido de Lage.

Fredrik Aursnes não jogou na posição 6, desta vez, e embora incansável, como sempre, esteve invulgarmente infeliz no passe, contribuindo também para a incompetência encarnada a explorar a profundidade, perante a subida linha defensiva blaugrana. Florentino teve de apagar fogos que não eram da sua responsabilidade, é certo, mas foi também apanhado fora de posição pela dinâmica de circulação de bola do Barcelona. Kokçu esteve apagado, como tantas vezes, demasiadas até para um jogador que pode vir a custar até 30 milhões de euros.

A oposição era de classe mundial, mas o meio-campo do Benfica mostrou uma fragilidade que não é assim tão esporádica, e que merece ser devidamente valorizada na preparação de 2025/26.

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