Villas-Boas e o novo pavilhão: «Vamos deixar de andar com a casa às costas»
André Villas-Boas, presidente do FC Porto, e Rui Moreira, autarca da cidade Invicta, assinaram hoje, nos Paços do Concelho, a escritura de transmissão do direito de superfície do terreno afeto à desativada Escola Ramalho Ortigão, onde será edificado um novo pavilhão desportivo para servirá as modalidades do emblema portista e que terá um custo global de 4 milhões de euros. O máximo dos dragões, agradecendo o trabalho de Rui Moreira, que vai agora deixar a presidência da Câmara Municipal do Porto. «É um passo significativo para o FC Porto. É a continuação do seu impacto social e desportivo sobre a cidade e sobre o município e é um passo que vai permitir a continuação e o crescimento eclético do FC Porto, que recentemente lançou novas modalidades, no desporto adaptado e no futsal, por exemplo. É um caminho de formação do FC Porto nas modalidades, que vai deixar de andar com a casa às costas que é uma das problemáticas do clube. Um passo significativo que não seria possível sem a ajuda preciosa da Câmara Municipal do Porto, neste último ano de um grande portista [Rui Moreira] a quem o FC Porto agradece de coração pela forma como respeitou a instituição FC Porto desde que tomou posse. Sempre abriu as portas da Câmara Municipal ao FC Porto, com a sua especial varanda para celebrar títulos. E pelo que representou como sócio do FC Porto e pelo seu portismo, que lhe é visceral».
E prosseguiu: «No futuro vai orgulhar-se de ter assinado este protocolo. É um passo fundamental, cheio de simbolismo. Agradecer às equipas que estiveram envolvidas neste processo. É um passo do FC Porto clube. Queremos que a prática desportiva esteja sempre presente no FC Porto, para o seu crescimento eclético é fundamental o bem servir a cidade com a execução deste pavilhão. Em consequência disso, o facto de o FC Porto se deslocar para este pavilhão libertará outros tantos pavilhões, não só no munícipio como em outros municípios paralelos. Libertará horas de prática desportiva em outros grupos e instituições, que também sentem a falta destas condições desportivas. Agradeço de coração», afirmou Villas-Boas.
Por seu lado, o edil Rui Moreira, que fez o seu último ato público antes de abandonar por atingir o limite de mandatos na presidência da Câmara Municipal do Porto, também se congratulou com o protocolo assinado. «Considero que este ato era um ato de justiça também relativamente ao FC Porto, porque durante anos, ao contrário de outras cidades que reconheciam no seu clube principal um ativo, durante alguns anos a cidade do Porto andou de costas voltadas para o FC Porto e nós não queríamos que fosse assim. Queria também dizer, para que fique claro, que este é um bom negócio para a cidade, porque se não fosse o FC Porto a fazer, teríamos de ser nós a fazer este investimento. E não foi o presidente da Câmara que decidiu, foi o Executivo Municipal e a Assembleia Municipal», disse o edil.
«Quando cá chegámos, há 12 anos, uma das nossas preocupações era a normalização da relação entre o Município do Porto e as instituições da cidade, e havia uma que de facto, como bem sabem, vivia tempos complicados. Eu não gosto muito do termo, mas eram tempos mesmo conturbados e logo no início conseguimos fazer com o FC Porto, algo que já pouca gente se recorda, um acordo relativamente às piscinas do Clube, ali bem perto. Foi um dos atos simbólicos mais importantes, foi o retomar de uma relação normal com o FC Porto, a que depois se somaram um conjunto de sinais importantes, seja da celebração do FC Porto nesta casa, que é de todos os portuenses, seja em termos daquilo que tem sido o trabalho relativamente à prática desportiva», lembrou Rui Moreira, terminando com a importância que o FC Porto tem para a divulgação da cidade. «Desde a Birmânia ao Bangladesh, toda a gente sabe que o FC Porto faz, de facto, parte da nossa identidade enquanto cidade e nós temos essa dívida de gratidão para com um Clube que interpreta aquilo que é o sentimento da cidade», rematou.