Usain Bolt não acredita que os sprinters de hoje quebrem os seus recordes
Usain Bolt vai marcar presença no Mundiais de Atletismo pela primeira vez desde que se retirou, há oito anos, e ao marcar presença no evento da Puma em Tóquio, afirmou que os seus recordes serão quebrados no futuro, mas não pela geração atual de sprinters.
«Não estou preocupado com isso», revelou: «Acho que o talento existe e que os que estão a surgir vão ter sucesso, mas, neste momento, não acho que consigam bater o recorde mundial.»
Usain Bolt becoming the fastest man alive with his 9.58 100m world record time in 2009. pic.twitter.com/WwB8bpcVQA
— Historic Vids (@historyinmemes) January 30, 2024
Foi nos Mundiais de Berlim, em 2009, que Bolt registou as marcas de 9,58 segundos nos 100 metros e de 19,19 segundos nos 200 metros. Mas um estudo da Puma determinou que Bolt, hoje, correria os 100 metros em 9,42 segundos e o jamaicano concorda: «Provavelmente teria corrido muito mais rápido se tivesse continuado e, se soubesse que as botas chegariam a este nível, talvez tivesse continuado, porque teria sido ótimo competir nesse nível e correr tão rápido.»
‘Rivalidade’ com Noah Lyles
Noah Lyles, campeão olímpico dos 100 metros em Paris 2024 (em 9,79 segundos), tem sido o sprinter que mais menciona ambição de bater os recordes de Bolt, que não se mostra preocupado com as afirmações do norte-americano, recordando a rivalidade que teve com Justin Gatlin.
«Não acho que Noah seja tão louco quanto lidar com Justin, então, para mim, não há diferença. Acho que, ao longo dos anos, eu e o Gatlin trocámos algumas provocações, mas ele era diferente, porque surgiu numa época em que provocar era normal para todos.»
«Como sabem, nunca dei ouvidos a ninguém. Sei que quando estou preparado e pronto, podes dizer o que quiseres, não vais conseguir vencer-me, fico sempre concentrado e isso nunca foi um problema», atirou.
Ainda assim, Bolt acredita que, um dia, os seus recordes sejam quebrados: «Tudo evolui na vida, as pessoas tentam melhorar, tentam ser mais rápidas. Não será uma surpresa se isso realmente acontecer.»
O jamaicano de 39 anos ainda deixou um aviso a Gout Gout, australiano de 17 anos que vai estar na prova de 200 metros nestes Mundiais: «Se ele continuar neste caminho, vai ser bom, mas é preciso acertar em tudo. Quero dizer, nunca é fácil.»
«É sempre mais fácil quando se é mais jovem, porque eu passei por isso, costumava fazer coisas incríveis quando era jovem, mas a transição do júnior para o sénior é sempre mais difícil. Tudo depende de se conseguir o treinador certo, as pessoas certas ao seu redor, se estiver suficientemente focado, então há muitos fatores que determinam se ele vai ser incrível e se vai continuar na mesma trajetória para um Campeonato do Mundo ou para as Olimpíadas», concluiu.