Calor extremo pode afetar Mundiais no Japão

Japão enfrenta o período mais quente desde 1988

Os atletas que vão competir nos Campeonatos Mundiais de Tóquio (13-21 de setembro) vão enfrentar «desafios relacionados com o calor extremo», afirmou o presidente da World Athletics, o britânico Sebastian Coe.

O Japão atravessou o período de verão mais quente desde 1988, ano em que se iniciou o registo da progressão da temperatura, sendo que em 2025 esta foi 2,36 graus Celsius superior à média.

No dia de abertura dos Mundiais de Tóquio, quando se realizarão as provas de 35 km marcha masculina e feminina, prevê-se uma temperatura de 32°C, o que significa uma atmosfera nada confortável para o esforço exigido em longas distâncias.

Nos dias de domingo e segunda-feira, a previsão meteorológica indica que a capital japonesa atingirá os 35 graus. Só no final da competição é que os termómetros deverão registar 29 graus Celsius.

«Não creio que seja um grande segredo, o calor em Tóquio vai causar problemas a todos os participantes», disse Coe, de 68 anos, presidente da World Athletics e antigo campeão olímpico nos 1.500 metros. «Tivemos os mesmos problemas, de facto, também durante os Jogos Olímpicos de 2021.»

Sebastian Coe Fotografia Imago

Ao contrário dos Jogos Olímpicos no Japão, adiados um ano devido à pandemia de Covid-19, agora, nos Campeonatos Mundiais, as provas de maratona e marcha vão decorrer em Tóquio. Em 2021, ambos os eventos foram transferidos para norte, para a cidade de Sapporo, devido a preocupações com a onda de calor.

As provas de marcha, tanto masculinas como femininas, estão agendadas para começar no sábado, 13 de setembro, às 8h00 locais, numa tentativa de evitar o calor extremo.

Coe defende que a luta contra as alterações climáticas recaiu sobre os líderes do desporto, porque as mais importantes autoridades estatais do mundo não cumpriram o seu dever a este respeito.

Sebastian Coe, presidente da World Athletics (IMAGO/Hindustan Times)

«Os governos não estiveram à altura das expectativas, e as pessoas do desporto têm de tomar algumas decisões unilaterais nesta perspetiva», acrescentou Coe, líder da federação internacional de atletismo. «Temos de nos dedicar ao bem-estar dos atletas, por isso, provavelmente, deveríamos assumir este compromisso abertamente.»