Pedro Gonçalves acaba de marcar após passe de Harder mas o golo foi anulado por fora de jogo do dinamarquês
Pedro Gonçalves acaba de marcar após passe de Harder mas o golo foi anulado por fora de jogo do dinamarquês. Foto: IMAGO

Um Pote carregadinho de ouro e uma caçarola com grande frango (as notas do Sporting)

Pedro Gonçalves criou muitas oportunidades para a equipa e até marcou (golo anulado). Mãos trémulas de Rui Silva entregaram a Supertaça ao Benfica. Hjulmand continua dono da equipa, Maxi empurrou-a para a frente. E Luis Suárez deixou água na boca
A figura do Sporting: Pedro Gonçalves (nota 8)
Soube posicionar-se, inteligentíssimo, no espaço entre António Silva, Ríos e Dedic e, aí, recebeu muitas vezes a bola para desequilibrar o Benfica. Só nos primeiros 18' aconteceu cinco vezes! E não parou. Foi num desses lances que, antecipando-se a Ríos e com um toque subtil, iniciou o lance que concluiu em golo, anulado por fora de jogo de Harder. Esteve sempre dentro do jogo, capaz de criar soluções e oportunidades, como dois passes tão simples como sensacionais para Trincão (49') e Luis Suárez (83'). Foi, em resumo, um pote carregadinho de ouro. Para lá dessa capacidade de receber e entregar, também defendeu com agressividade e viu um amarelo (arriscou vermelho) por falta dura sobre Otamendi (53'). Podia ter feito melhor num cabeceamento, sem oposição na área, após centro de Trincão, mas não esperava que a bola lhe chegasse (77').

Rui Silva (3) — É injusto mas, para todos os efeitos, foi o responsável pela derrota, ao deixar passar a bola, com muita infelicidade e igual fragilidade, entre os braços, depois de remate meio enrolado de Pavlidis que ainda tocou ligeiramente em Hjulmand. Foi frango. Pouco depois atirou-se como um gato para a direita para defender com a mão direita um disparo forte do grego. O mal, porém, estava feito. E foram as mãos trémulas do guarda-redes, espectador na primeira parte, que entregaram a taça ao Benfica.

Fresneda (5) — Muito bem na primeira parte, na qual assinou três arrancadas que provocaram o pânico na defesa do Benfica, especialmente aos 28' quando passou por Ríos e Dahl e tocou para Harder. A defender fechou muitas vezes para terceiro central, sempre muito atento a Akturkoglu. Mas desapareceu, ofensivamente, na segunda parte.

Diomande (4) — Com pouco trabalho na primeira parte, entregou a bola a Otamendi no lance do golo de Pavlidis. Aos 60' deu espaço ao avançado e o mal só não foi maior porque Rui Silva fez grande defesa.

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Gonçalo Inácio (4) — Sentiu dificuldades quando foi pressionado na saída para o ataque. Comprometeu duas vezes — aos 18' tentou fazer um passe para Rui Silva a entregou a bola a Pavlidis, que criou perigo; aos 65' chutou contra Leandro Barreiro e acabou por ter sorte. Não foi posto à prova muitas vezes.

Maxi Araújo (6) — Deixou em campo o que tinha e não tinha, num vaivém para a frente e para trás. Competitivo a defender Aursnes e a contribuir para o ataque, não sem erros, porém, como quando perdeu uma bola para o norueguês criar perigo (45+2) e quando fez o corte infeliz para o golo de Pavlidis (51').

Hjulmand (6) — Continua a ser o dono da equipa, a comandá-la e equilibrá-la defensivamente, na ocupação dos espaços ou nos momentos de corte de linhas de passe ou recuperação de bola. Também teve olhos para a frente — grande passe para Harder, no golo anulado, e também para Trincão aos 77'. Dominador e controlador na primeira parte, baixou um pouco o nível na segunda.

Morita (8) — Pouca influência positiva no jogo, a atacar ou a defender. Duas boas ações — matou um contra-ataque a Pavlidis (21') e dobrou Maxi para cortar centro de Dedic para canto (69').

Catamo (6) — Entrou no jogo aos 26', quando bailou frente a Dahl e depois rematou, com a bola desviada para canto. Aos 34' rematou em arco com a bola a passar ao lado do poste direito. Num belo lance aos 40' cruzou rasteiro mas Harder não chegou a tempo para desviar. Justificou mais bola. Praticamente desapareceu na segunda parte.

Trincão (6) — Apareceu mais na segunda parte quando a equipa precisou mais dele. Aos 49', após belo trabalho à frente de Antonio Silva, Otamendi e Enzo Barrenechea, rematou para defesa de Trubin. Aos 75' obrigou outra vez o ucraniano a aplicar-se. Aos 77' encontrou Pedro Gonçalves sozinho na área, mas o cabeceamento saiu fraco.

Harder (4) — No melhor lance dele meteu a bola direitinha para Pedro Gonçalves marcar — mas o dinamarquês estava fora de jogo. Muito trapalhão, foi ponto final do ataque várias vezes. E também rematou mal. Mas ninguém lhe pode pedir que seja Gyokeres.

Kochorashvili (5) — Grande passe para Catamo assim que entrou e preocupação também de encontrar os homens mais avançados. Também um cruzamento para as mãos de Trubin.

Luis Suárez (6) — Entrou aos 69' e agitou o ataque. Aos 72' fugiu à marcação e, já na área, centrou mal. Aos 74' boa combinação, de calcanhar, com Trincão. Aos 83' só António Silva evitou que o remate ameaçador tivesse mais sorte. Bons movimentos, força e execução rápida. Deixou água na boca dos sportinguistas.

Debast (6) — Entrou aos 69' e logo encontrou, num passe longo, Maxi na esquerda. Aos 72' novo grande passe longo, agora a deixar Luís Suárez em boa posição. Foi também forte a defender. Bem melhor que Diomande.

Quenda (5) — Entrou aos 73', foi lateral-esquerdo, primeiro, e lateral-direito, depois. Cheio de genica, foi homem das bolas paradas.

Esgaio (5) — Jogou os últimos minutos (entrou aos 85') como lateral-esquerdo, opondo-se a Tiago Gouveia, mas procurando o ataque. Aos 90+5' quase chegava, depois de boa desmarcação na área do Benfica, a passe longo de Gonçalo Inácio.