Javier Tebas, presidente da LaLiga
Javier Tebas, presidente da LaLiga - Foto: IMAGO

Tebas volta ao ataque: «Os donos do Man. City cometem fraudes, PSG tem perdas de 200 milhões por sete anos consecutivos»

Presidente de LaLiga volta a criticar os 'citizens' e os 'parisienses'

O presidente da LaLiga lançou, uma vez mais, críticas severas às restantes grandes ligas europeias, com um foco particular, e já esperado, no Manchester City e no PSG. Javier Tebas voltou a manifestar-se contra os gastos desmedidos noutras ligas. «O futebol é global e nos jogos das competições europeias temos de defrontar clubes que operam sob um sistema diferente. Neles, ou não existe controlo financeiro, ou é diferente. Em Inglaterra, já estão preocupados com o nível das dívidas no futebol local. É uma liga onde as perdas se acumulam constantemente. Pode-se ter prejuízo por 1, 2 ou 3 anos, mas não por 4, 5, 6, 7, 8, 9 ou 10 anos, como o Manchester City, que perde dinheiro, mas tem vindo a cometer fraudes desde que os atuais proprietários lá estão», começou por explicar Tebas.

A diferença nos gastos durante o último mercado de transferências entre a Premier League e as restantes ligas é enorme. As equipas inglesas gastaram 3,59 mil milhões de euros em transferências, enquanto que em Itália foram desembolsados 1,19 mil milhões. Em Espanha, os valores ficam muito aquém, com apenas 684 milhões de euros, o que representa menos de um quinto dos números ingleses. «O PSG registou perdas de 200 milhões de euros durante sete anos consecutivos. Mas continuamos a lutar e os resultados estão à vista. As equipas espanholas conquistaram 30 troféus na Europa neste século e estamos muito à frente da Premier League. Estamos numa boa posição, mas continuamos a ter algumas deficiências. Temos de as resolver para ganhar ainda mais e sermos competitivos. Há um problema com os bilhetes. Temos um défice de cerca de 600 milhões de euros por época em comparação com a Premier League e a Bundesliga. A maior diferença está nas áreas VIP e nas ofertas especiais. Os estádios em Espanha têm cerca de 4,3% de áreas VIP, na Bundesliga são cerca de 9%, e em Inglaterra 11,5%. Temos de corrigir isto.»

«No nosso setor, procura-se sempre uma forma de contornar as regras, mas elas existem precisamente para serem cumpridas. Temos de ter cuidado. Dever 700 milhões de euros ao fisco é um pouco embaraçoso, não é? Quando começámos a centralizar a venda dos direitos televisivos, introduzimos um regulamento temporário de fair play financeiro que nos permitiu angariar 500 milhões de euros adicionais num ano. Através deles, começámos a implementar o plano de reestruturação da dívida e, ao mesmo tempo, a aplicar o programa de fair play financeiro. Se não existisse, esses 500 milhões teriam ido para os jogadores gastarem em Ferraris, Porsches, barcos, e não para pagar dívida pública», afirmou Tebas.