Suspensões anuladas e fim dos sintéticos: Palmeiras-Flamengo começou fora de campo
SÃO PAULO — Até 7 de dezembro, data da última jornada do Brasileirão, uma semana e um dia depois da final da Taça dos Libertadores da América, os dois concorrentes a ambos os títulos, o Palmeiras, do treinador Abel Ferreira, e o Flamengo, do dirigente José Boto, vão manter um duelo também fora dos relvados. Já começou, nas últimas horas, com guerra de comunicados assinados por Leila Pereira, a presidente do verdão, e Luiz Eduardo Baptista, o líder do mengão.
Leila revoltou-se com o adiamento do julgamento de Bruno Henrique, acusado de forçar um amarelo para benefício de apostadores em 2023, no Tribunal de Justiça Desportiva da CBF. «Um atleta é condenado por uma infração grave mas joga normalmente por dois meses, inclusivamente fazendo golos e decidindo jogos, aí quando finalmente é marcado o novo julgamento, vota-se pela absolvição deste atleta e a sessão é adiada», escreveu a dirigente do clube de São Paulo.
«Enquanto isso, o [médio palmeirense] Allan, que era réu primário, pega duas partidas de suspensão por um lance de jogo e tem depois a punição ratificada pelo tribunal em pouco mais de 15 dias», prossegue a nota. «E tudo isso acontece numa semana em que já teríamos vários desfalques por conta da data FIFA [o campeonato brasileiro não tem paragem durante esta pausa para jogos de seleções]. Não queremos ser beneficiados, mas não aceitamos ser prejudicados (...) que o campeão seja decidido dentro de campo», completa.
Mais ou menos à mesma hora, Bap, como é conhecido Luiz Eduardo Baptista, enviava nota à CBF com sugestões para a criação de um fair-play financeiro no Brasil. «Os atletas têm de se preparar mas os dirigentes também», escreve o presidente flamenguista. «Parte fundamental do movimento europeu de evolução no futebol foi o programa de responsabilidade fiscal, técnica e financeira, o fair play financeiro. Vejo com bons olhos que estejamos considerando isso de maneira séria no Brasil.»
O ataque direto ao rival vai na última proposta: «proibição de Relvados Artificiais», sendo que o Allianz Parque tem um controverso tapete sintético. «Os relvados de plástico devem ser eliminados imediatamente de todos os torneios nacionais profissionais. A discrepância nos custos de manutenção entre gramados naturais e artificiais provoca desequilíbrios financeiros entre os clubes e prejudica a saúde física de jogadores e atletas», escreve Bap na carta à CBF. O clássico Palmeiras-Flamengo já começou.