Sporting: Luis Suárez, promessa do FM já faz 'esquecer' Gyokeres
Luis Javier Suárez Charris, nascido em Santa Marta, na Colômbia, a 2 de dezembro de 1997, começou a jogar num clube local e com 17 anos estreou-se ao serviço do Itagui Leones na Categoría Primera B, o segundo torneio mais importante do futebol colombiano, e em 2015/2016 foi emprestado aos sub-19 dos espanhóis do Granada.
Nome de craque já tinha — o uruguaio brilhava com a camisola do Barcelona —, na época seguinte começou a dar nas vistas na equipa B do Granada, na 3.ª Divisão de Espanha, e cotação no famoso jogo Football Manager, em que era tido como uma grande promessa mundial na posição, faziam adivinhar um futuro promissor.
Marcou cinco golos em 35 jogos e foi vendido ao Watford, por €11 milhões, que o cedeu ao Valladolid, com quem tem parceria. Os golos continuaram a aparecer (11 em 34 jogos) e seguiu-se novo empréstimo, desta feita ao Nàstic, onde marcou sete em 36 partidas e viu a equipa descer de divisão. 2019/2020 trouxe nova cedência, o rumo foi Saragoça, a rampa de lançamento: titular absoluto (3218 minutos em 38 jogos), apontou 19 golos.
Terminada ligação ao Watford, regressou em definitivo ao Granada, a troco de €10 milhões de euros, estreou-se na Liga Europa e em duas temporadas fez 15 golos e seis assistências em 75 jogos, vivendo novamente sabor amargo da descida de divisão.
No verão de 2022 o Marselha chegou-se à frente e desembolsou €10 milhões, foi pelos franceses que Suárez fez a estreia na Liga dos Campeões, mas a adaptação não foi como desejava e acabou por voltar a Espanha, desta feita para representar o Almería, onde, em meia temporada, fez quatro golos e cinco assistências em 21 jogos, tornando-se num titular indiscutível e assinou contrato até 2027 (custou €8 milhões). A época de 2023/2024 ficou marcada pela fratura do perónio da perna esquerda, que o levou a passar um mau bocado.
«Passei por uma depressão da qual saí pouco a pouco, com trabalho e psicólogos. Nem conseguia sair da cama. Tive uma lesão, sem ela não teria batido no fundo. Serviu para fortalecer a minha capacidade mental. Quando estive lesionado senti que podia ter perdido tudo, mas se não tivesse vivido esses momentos difíceis, não seria o jogador que sou hoje», assumiu, recentemente, em entrevista ao jornal colombiano El Espectador.
Brilhou em 2024/2025, com 31 golos e oito assistências em 43 jogos, despertando interesse de vários emblemas, acabando por rumar a Alvalade, onde o desafio de singrar de leão ao peito era enorme, porque chegou com o rótulo de substituto de Gyokeres que, recorde-se, deixou marca indelével na história dos leões.
No encalço de Gyokeres
Certo é que o colombiano chegou sem medos e está a dar cartas. No último jogo, frente ao Rio Ave, assinou o primeiro hat trick de leão ao peito e elevou para 17 as contribuições diretas para golo (marcou 14 e fez três assistências) e apanhou o benfiquista Pavlidis no topo da lista de melhores marcadores da Liga.
Diga-se que, em comparação com os primeiros quatro meses de Gyokeres no Sporting, os números são semelhantes: o sueco tinha 18 golos marcados (um de pé esquerdo e os restantes de pé direito, todos no interior da área) e cinco assistências. O colombiano tem-se mostrado mais versátil: já marcou de fora da área, apontou oito golos com o pé direito, cinco com o esquerdo e um de cabeça, com os vila-condenses, tendo feito revelação após o jogo: «Trabalhei muito para conseguir um golo de cabeça, tentava sempre, mas não tinha a oportunidade.»
Da parte de Rui Borges o elogio não podia ter sido melhor: «Está a satisfazer as nossas expectativas.» E no que a objetivos contratuais diz respeito, diga-se que o colombiano, que custou €22 milhões fixos, também está a atingir patamares, os verdes e brancos já terão de pagar mais €500 mil ao Almería devido à 20.ª titularidade do colombianos (frente ao V. Guimarães) e outro fator que poderá encarecer o avançado (mais 500 mil) é se for o melhor marcador da Liga (para já está empatado com Pavlidis).
'Hat trick' teve eco na Colômbia
Na Colômbia, país natal de Luis Suárez, houve eco da exibição do avançado no último jogo do Sporting e mereceu destaque. «Impressionante registo. Luis Suárez não pára de surpreender», lê-se na Rádio Caracol; «Suárez despede-se de 2025 com hat trick na goleada do Sporting», escreve-se na ASPN; « Atacante colombiano fez esquecer Viktor Gyokeres muito rapidamente e está a viver o melhor momento de carreira na Europa», diz-se no site Semana.com.
Bola do jogo guardada e cântico
Mal se ouviu o apito final do encontro com o Rio Ave, Paulinho, o célebre roupeiro do Sporting, tratou de recolher o esférico, o destinatário adivinhava-se: assim que recebeu a bola, Luis Suárez não mais a largou.
«Marcou, marcou... marcou outra vez, a Colômbia é verde e branca, Luis Suárez», eis o cântico que começa a ser entoado pelos adeptos leoninos para o avançado que, através das redes sociais assinalou a noite de ontem: «Estou muito contente por terminar o ano com o meu 1.º hat trick de verde. Agradeço o esforço da equipa. Bora, Sporting.»
Mundial na mira com póquer a ser revelador
O póquer que marcou à Venezuela deixou os colombianos de água na boca em relação a Suárez. Na altura disse que «representar a seleção é um prémio» pelo que tem feito «no Sporting», assim sendo, não será surpresa que o selecionador Néstor Lorenzo inclua o nome de Luis Suárez nos convocados para o Mundial 2026.