Sporting: «Alisson é 'arrogante'»
Alisson Santos não recebeu no sábado, dia em que completou 23 anos, a prenda de aniversário de ser titular diante do Estoril, mas entrou em campo para os seis minutos finais e os quatro de tempo de compensação e em escassos 600 segundos deu provas de que está cada vez mais integrado, eventualmente perto da titularidade como extremo puro destro jogando pelo lado esquerdo, com uma série de raides a colocar a defensiva canarinha em sentido.
A BOLA falou com o primeiro treinador do jogador em Portugal, Filipe Cândido, hoje no Paços de Ferreira mas que o acolheu no UD Leiria. Amanhã há jogo de Champions em Nápoles no antigo San Paolo, hoje Diego Armando Maradona. E se tiver oportunidade, estará Alisson preparado para o desafio? «Ele tem mostrado, como ainda agora frente ao Estoril, que tem aquela malandrice para ir para cima dos adversários ou a arrogância do futebol de rua. Também lhe é indiferente quem defronta. Aliás, os brasileiros são todos um pouco assim. Nota-se que está a ganhar confiança e a soltar-se. Se jogar contra o Nápoles vai fazê-lo de forma igual», garante.
Alisson foi um reforço low cost para os leões que apenas pagaram €2,1M ao Vitória da Bahia pelo seu passe, uma vez que o futebolista esteve em Leiria cedido pelos brasileiros. Mas como é que será que uma pérola deste calibre foi parar à Liga 2 portuguesa? «O Alisson foi sugerido a um administrador do UD Leiria pelo empresário. Ele estava no Figueirense, na série C, cedido pelo Vitória. A partir desse momento, começámos a observá-lo por plataforma específica para o efeito e destacou-se logo em alguns itens, como os golos e assistências. Percebi logo que tinha condições para jogar no Leiria e estava ao alcance em termos financeiros. Passámos para uma análise mais detalhada e verificámos que era potente, tinha capacidade de drible e conseguia fugir aos adversários por qualquer dos lados quando o defesa está de frente», descreve.
Feita a observação em vídeo, faltava recolher alguma informação sobre o jogador de como se comportava fora de campo. Nada muito complicado para alguém como Filipe Cândido, 46 anos, que tinha passado nos brasileiros do Boavista do Rio de Janeiro: «Disputei o estadual e deu-me para ficar com uma opinião consolidada sobre o valor dos jogadores de cada divisão. Sobre o Alisson, falei com alguns amigos e todos me disseram que tem uma boa cabeça. Portanto, dei indicação para a contratação.»
Depois disso, Alisson chegou ao UD Leiria «demonstrou logo disponibilidade para aprender» e foi crescendo até chegar o interesse do Sporting. «Fico feliz porque julgo que fui importante para ele. Não previa um crescimento tão rápido, mas tenho a certeza de que não se vai ficar por aqui. Ainda viram pouco...», vaticinou.
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