Sindicato critica FIFA: «Jogadores não são máquinas»
Nos últimos dias, a FIFA, em reunião com sindicatos dos jogadores em Nova Iorque, acordou a obrigatoriedade de um intervalo mínimo de 72 horas entre os jogos e um período de descanso de três semanas no defeso. Ainda assim, a imprensa norte-americana revelou que a FIFPro, uma das maiores entidades de defesa dos direitos dos futebolistas não esteve presentes.
Nas últimas horas, Sérgio Marchi, presidente da Fifpro, apelidou o Mundial de Clubes de «ficção» e criticou a «falta de proteção» dos atletas num torneio que reflete uma «total desconexão com a realidade». O sindicato dos jogadores de futebol portugueses, membro da FIFPRO, reafirma as críticas do dirigente argentino.
Joaquim Envagelista, presidente do organismo, criticou a posição adotada pela FIFA: «O futebol mundial enfrenta desequilíbrios cada vez maiores, fruto de um calendário congestionado, que compromete a melhor performance, saúde e bem-estar dos jogadores de elite, além de colocar problemas ao exercício de direitos fundamentais como o gozo integral das férias.»
«Esta competição que representou um esforço físico e psicológico adicional para muitos jogadores já sobrecarregados, em fim de época, foi jogada com condições climatéricas severas, colocando em causa a integridade física dos atletas» acrescentou, questionando a pertinência da competição que reuniu 32 equipas nos Estados Unidos, em pleno verão.
Envagelista frisa que «os jogadores não são máquinas» e critica «a total ausência de diálogo com a FIFPRO e tomada de posições unilaterais, abusando uma posição dominante» por parte da FIFA. O sindicato recorda ainda reprovações anteriores às regras da FIFA por parte do tribunal da União Europeia, nomeadamente ao nível dos direitos contratuais dos futebolistas.
O sindicato critica a ainda «tentativa de instrumentalizar alguns Sindicatos para ações de mera cosmética» por parte da FIFA, ao mesmo tempo que menospreza o organismo que representa mais de 65.000 jogadores.