João Pedro apontou três golos na prova (Imago) - Foto: IMAGO

Brilhou no Mundial de Clubes e recorda: «A minha mãe passava fome para eu não passar»

João Pedro foi contratado pelo Chelsea a meio da prova, mas ainda foi a tempo de dar um grande contributo na caminhada dos 'blues' até ao título mundial

João Pedro não podia ter começado melhor a nova aventura no Chelsea. Chegou, viu e venceu, já que foram precisos apenas três jogos para conquistar o primeiro título da carreira, ao vencer o Mundial de Clubes com os blues. O avançado brasileiro, de apenas 23 anos, adaptou-se rapidamente à nova equipa, assumindo-se como uma das grandes sensações do conjunto londrino e da competição disputada nos Estados Unidos. No entanto, por detrás deste sucesso meteórico, está uma história de vida marcada por dificuldades e superação.

«Em Xerém, partilhávamos a casa com outro rapaz e com a sua mãe. Passámos por momentos económicos muito difíceis, houve alturas em que até a comida faltava e a minha mãe abdicava de uma refeição para que eu não passasse fome», revelou, ao Daily Mail, o jogador que deu os primeiros passos na formação do Fluminense e que estava... de férias, no Brasil, quando foi oficializada a transferência do Brighton para o Chelsea, a 2 de julho, por 63,7 milhões de euros.

Poucos dias depois, viajou para os Estados Unidos para se juntar ao novo clube, já em plena disputa do Mundial de Clubes. E a afirmação foi imediata: três jogos, três golos, e a titularidade, à frente de nomes como Liam Delap e Nicolas Jackson.

De Ribeirão Preto para o mundo

Nascido em Ribeirão Preto (São Paulo), João Pedro e a mãe, Flávia, apostaram tudo no sonho de ser futebolista profissional. Com apenas 11 anos, mudaram-se para Xerém, no Rio de Janeiro, percorrendo mais de 600 quilómetros para integrar a formação do Fluminense. O seu talento chamou a atenção de Luiz Felipe, olheiro da equipa sub-11 do clube carioca, que o descobriu num torneio em Valparaíso.

«Deixámos tudo para trás para perseguir o meu sonho de ser jogador profissional», contou. No Fluminense, encontrou não só formação desportiva, mas também apoio financeiro e emocional, fundamentais numa fase da vida marcada por muitas carências.

Depois de se afirmar no Brasil e brilhar na Premier League com o Brighton, João Pedro chegou ao Chelsea em pleno Mundial de Clubes e a confiança aumentou após uma conversa com o treinador Enzo Maresca, que o motivou de imediato. «É um dos melhores clubes do mundo», disse o avançado.

Na estreia, entrou como suplente frente ao Palmeiras, deixando boas indicações. Na meia-final, brilhou frente ao seu antigo clube, o Fluminense, marcando dois golos decisivos na vitória por 2-0 - aplicando a famosa «lei do ex».

Na final, contra o PSG, voltou a ser decisivo, assinando o terceiro golo num triunfo claro por 3-0. Com apenas 23 anos, João Pedro não só se estreou a marcar com a camisola dos blues, como também levantou um troféu mundial, demonstrando personalidade, talento e eficácia. A sua história, feita de luta e sacrifício, é agora um exemplo de superação que brilha nos palcos da elite mundial.

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