Sergio Canales e José Mourinho no Real Madrid em 2010/11
Sergio Canales e José Mourinho no Real Madrid em 2010/11 - Foto: IMAGO

Ex-merengue partilha sofrimento no Real Madrid de Mourinho e Ronaldo

Sergio Canales recorda época 2010/11: «Passava as tardes a chorar no sofá e comia pizza por ansiedade»

Sergio Canales, médio ofensivo espanhol do Monterrey, recuou no tempo para recordar o momento em que, em 2010/11, representou o Real Madrid, então treinado por José Mourinho e que tinha no plantel nomes como Cristiano Ronaldo, Di María, Kaká e Benzema. Todos os ingredientes reunidos para ser um sonho tornado realidade, mas que esteve bem longe disso.

«Eu não estava preparado para jogar no Real Madrid», admite agora, em entrevista no We Are Brave, o jogador natural de Santander, que na altura em que rumou aos merengues, proveniente do Racing, tinha apenas 19 anos.

Apesar de não se sentir preparado para o desafio, lembra que Mourinho ficou impressionado com a sua pré-época: «Pôs-me a titular no primeiro jogo, deixando no banco Ozil e Di María.»

«Eu queria voltar ao Racing, porque queria jogar, mas o meu pai convenceu-me a ficar. Foi tudo muito rápido (...) Não aguentava mais de 55 minutos e mentalmente faltava-me saber sofrer. Estava a anos luz do ritmo dos jogadores de agora», analisou, antes de relatar dias tristes na capital espanhola.

«Passei mal, foi muito duro. Passava as tardes de luzes apagadas, a chorar no sofá. Dizia aos meus pais que não queria estar no Real Madrid porque sabia que não iria jogar», recorda, dando um exemplo do modo como isso influenciou as rotinas: «Comia pizza por ansiedade, sem noção do que estava a fazer.»

«Aos 21 anos já tinha feito duas roturas nos joelhos e não parava de ter lesões nos isquiotibiais. Com a terceira lesão no joelho quase cheguei a não voltar a jogar», lembrou, antes de recordar, em tom de brincadeira, que a recuperação o impediu de ir em lua de mel: «Foi a minha sogra com a minha mulher.»

Seguiu-se Valência, Real Sociedad e Bétis, e mais uma vez foi a ansiedade a ditar o adeus a Sevilha, onde «já não era feliz», pelo que não hesitou quando o México chamou por ele, em 2023/24.