Rui Costa: «Mostrar os meus rendimentos? Porquê?»

Rui Costa reuniu num almoço os elementos que o acompanharão na candidatura aos órgãos sociais nas eleições do Benfica, a 25 de outubro, e defendeu-se de ataques, referindo que os outros candidatos é que estão sempre a falar nele. Depois de Noronha Lopes ter mostrado rendimentos na TV, disse que não sente necessidade de o fazer.

A 11 dias das eleições do Benfica, qual é que é o seu estado de espírito?

Óptimo, positivo, com a força sempre, com espírito sempre, com o benfiquismo sempre, com a motivação de que sempre estive a trabalhar neste clube, a defender e a representar este clube, portanto estou muito satisfeito, mais satisfeito que quando chego aqui e vejo a equipa que conseguimos construir, portanto estou muito orgulhoso disso também- Acredito que criámos uma equipa com grande competência, com grande benfiquismo, com grande sentido de responsabilidade, portanto estou muito motivado e muito satisfeito.

Quem ainda está indeciso em quem é que vai votar, porque é que deve escolher esta lista e este candidato para continuar na presidência do Benfica?

Primeiro as pessoas conhecem-me todas e sabem que não caí aqui de paraquedas, sabem que não sou um benfiquista de ocasião e se forem coerentes, sabem que apesar de muito estar a falar, o Benfica andou para a frente, não andou para trás nestes quatro anos e não foram quatro anos fáceis. Desde logo, como tenho assumido, pela maneira como entrei no clube e no período em que entrei. Restituímos aquilo que um clube com a dimensão do Benfica tem de ter, que é a sua credibilidade. É verdade que ganhámos menos do que aquilo que queríamos, mas a minha convicção é que o clube hoje está muito mais pronto para ganhar no futuro do que estava há quatro anos e mesmo com as poucas vitórias, o que temos feito ao longo das épocas mostra isso mesmo e a reestruturação que foi feita mostra isso mesmo. Não foram quatro anos fáceis, foram quatro anos que tivemos de recuperar muita coisa e neste momento o clube está muito melhor do que há quatro anos.

Esta campanha eleitoral tem estado marcada por algumas acusações de parte a parte. Ontem vimos o candidato João Noronha Lopes a mostrar os seus vencimentos na CMTV, o Rui Costa começou com ataques direcionados a Noronha Lopes..

Eu? Mas como assim eu? [através de comunicados] Ele tem de perceber o que está a dizer. Ao fim deste tempo todo vocês ouvem muito falar do Rui Costa e o Rui Costa fala muito pouco dos outros. E quando o Rui Costa fala dos outros, normalmente é para responder a ataques dos outros. E isso é uma coisa que não preciso estar eu a dizer, vocês sabem disso perfeitamente, vocês têm feitas perguntas a todos os candidatos e há pouca a pergunta do alvo a bater também dentro desse sentido. Em muitos programas dos candidatos é ‘o Rui Costa isto e o Rui Costa aquilo’. Eu falo de mim e do Benfica. Não é isto que os benfiquistas querem. Tenho afirmado muitas vezes que gostaria que a campanha fosse de uma outra maneira e não desta e que não entrem as perguntas individuais em termos daquilo que pode surgir ou que o Luís Filipe Viera pode falar a mim ou o Noronha. A minha postura será sempre diferente nesse sentido. Nem me preocupa porque eu tenho um lema: uma pessoa fala dos outros quando não tem nada para falar dela. E eu tenho muito para falar de mim. São os outros que têm alguma necessidade de falar de mim, não sou eu que tenho necessidade de falar dos outros. Sou candidato à presidência, mas ainda sou presidente do Benfica. O que os benfiquistas querem é ver as propostas das várias listas aos próximos quatro anos e não falar disto e falar daquilo. Não me meto nas questões pessoais de outras pessoas. Nunca meti, nem vou meter-me.

O Rui Costa já defendeu uma campanha diferente, mais limpa, digamos. Que avaliação é que faz a uma campanha eleitoral onde um outro candidato é obrigado a expor os rendimentos pessoais?

Eu não falo. Não sei qual é a necessidade que um outro candidato tenha, não tenho de justificar o que quer que seja. Agora, por alguma razão, ele está a fazê-lo, mas é a ele que tem de perguntar, não a mim. Eu tenho feito a minha campanha a falar do Benfica e a falar da minha pessoa. Se calhar têm necessidade de justificar aquilo que entendem justificar. Eu não tenho essa necessidade de justificar.

Mas estaria disponível para isso?

Porque é que eu tenho de justificar a minha vida aos benfiquistas? Eu não tenho de justificar nada a ninguém nesse sentido, porque isso é a minha vida e é privada, não tem nada... A transparência com as pessoas, sempre tive. Nunca deixei de ter.

No dia 25 de outubro será o homem de consciência tranquila?

Claro, completamente. Tenho como lema de vida que o Benfica não desiste, não desisto do Benfica Completamente em paz, sereno e com consciência tranquila, porque sei o que é que tenho dado a este clube, sei o que é que tenho feito por este clube e acredito que os benfiquistas também sabem.

Sente-se mais preparado do que há quatro anos?

Inevitavelmente, quanto mais anos se vai tendo numa carreira vai-se estando melhor e vai-se estando mais preparado. O meu sentido de responsabilidade para com este clube sempre foi enorme. Em todas as minhas áreas, em tudo aquulo em que representei o clube, nas variadíssimas áreas que representei. E se não tivesse condições no primeiro dia em que assumir a presidência do Benfica, e muito mais agora, para ser presidente de um clube desta dimensão, não seria por meu egoísmo que era presidente. Portanto, se há quatro anos não tive medo de assumir essa responsabilidade e me senti preparado para segurar o Benfica naquele momento, mais fácil hoje é para mim trabalhar o Benfica daqui para o fim.

Humberto Coelho candidato a vice-presidente na lista de Rio Costa, esteve no almoço e justificou a inclusão na lista.

«Fui convidado e era difícil dizer que não. O Benfica fez parte da minha vida. Os sócios vão escolher e nós o que temos de fazer é estar presentes para servir o Benfica o melhor possível. Os que ganham vão estar mais contentes, os que perdem estarão menos contentes, mas vamos continuar a ser todos benfiquistas. Eu acho que a candidatura de Rui Costa tem experiência dele e tem a minha experiência, já fui vice-presidente da Federação e tem outros complementos da candidatura, que são pessoas que têm uma característica ótima, isso é fundamental em termos de gestão. Há uma coisa que é importante no clube: a mística do Benfica é ganhar e o importante é construir uma equipa para ganhar, o Benfica tem estar sempre num patamar superior. Vamos trabalhar para isso, temos muito trabalho pela frente, mas penso que a nossa equipa está preparada, fez uma pré-época boa, e, portanto, podemos ganhar», disse.

«Nós tivemos aqui este princípio da época, que não foi muito bom, porque, tivemos um campeonato do Mundo [de clubes] ganhamos a Supertaça, dois jogos para a Liga dos Campeões, conseguimos isso, e os jogadores não tiveram férias. Portanto, é preciso ver que os jogadores tiveram uma época muito saturada, muito complicada, vamos esperar que eles entrem em forma. Agora temos um bom treinador, um dos melhores treinadores do mundo, e acho que vamos estar preparados para que eles melhorem as suas capacidades físicas, porque, hoje em dia, não é só o talento, atualmente tem de ser forte, tem de correr muito, tem de correr mais que os outros, e isso é uma das coisas que é fundamental para conseguimos ter o nosso resultado», comentou ainda.