Rui Costa acusa: «Há uns anos fugiram porque íamos construir um estádio novo»
Rui Costa foi recebido com pompa e circunstância na casa do Benfica de Algueirão-Mem Martins, em Sintra. O presidente dos encarnados foi prontamente brindado com fogo de artifício, tochas e com o hino do Benfica, que cantou a compasso. Entre aplausos, abraços e muitas palavras encorajadoras, começou a discursar, muito emocionado: «Muito obrigado por me receberem desta maneira, muito obrigado. Não escondo a felicidade que me dá perceber que não estou sozinho nesta luta. Eu não desisto pelos benfiquistas e por aqueles todos que confiam em mim e que me apoiam.»
Rui Costa voltou a destacar as dificuldades que enfrentou quando assumiu as rédeas da presidência dos encarnados em 2021. Os lamentos sobre o contexto financeiro e desportivo em que o clube estava «mergulhado» justificam a tese do dirigente de que «hoje é mais fácil ser Presidente do Benfica do que há quatro anos.»
«Quando estávamos mergulhados em muita coisa que não queremos voltar a passar, era preciso quem tivesse a coragem de assumir o clube. Hoje o Benfica está mais preparado, quer em termos desportivos, quer em termos financeiros. No Benfica, quando está mal financeiramente, não aparecem tantos candidatos. Esta é a prova, provada, que o Benfica não está como querem pintar», frisou,
«Não há irresponsáveis dentro do Benfica»
O presidente dos encarnados, e candidato a um segundo mandato, destacou os frutos do investimento realizado nos últimos quatro anos «para preparar o clube para o futuro». «Não há irresponsáveis dentro do Benfica. Jamais conseguiria deixar o clube numa situação débil financeiramente. Poderia falhar muitas coisas, mas não nesta. Eu não caí de paraquedas, não sou benfiquista de ocasião», frisou Rui Costa, antes de visar diretamente os rivais nas eleições de 25 de outubro.
Rui Costa destacou o aumento dos lucros de 11% que ultrapassaram em larga escala a subida dos custos que se traduziram num resultado positivo de 30 milhões de euros. O presidente do Benfica não perdoa o chumbo do relatório e contas apresentado na Assembleia geral de 27 de setembro: «Serve para alguém nesta altura mostrar que o Benfica não está bem, mesmo que seja preciso chumbar um exercício de 30 milhões positivos. A parte financeira estará sempre ao serviço da desportiva e não ao contrário.»
«Somos o único clube que tem 10 equipas profissionais nas modalidades, Porque é que não contabilizamos isso também? Porque é que não contabilizamos o crescimento que tivemos no nosso desporto feminino, que tem os seus custos? Porque que é contabilizamos sempre a parte negativa da história? É muito difícil para mim aceitar que alguém possa pensar que eu perdi a cabeça e me coloco em dificuldades financeiras. Não vou permitir isso», puxou dos galões o presidente do Benfica.
Rui Costa voltou a frisar o objetivo de alcançar os 500 milhões de lucros no próximo mandato, à boleia do Benfica District, entre outras fontas de receita. O Presidente dos encarnados reforçou o entusiasmo face a um projeto «paralelo», que «se paga a si próprio» e que «nenhuma influência terá nas atividades do clube». A ambição do dirigente ficou bem patente e valeu nova bicada para os rivais: «Há pessoas que têm medo que este projeto avance. Há uns anos fugiram porque íamos construir um estádio novo, porque preferiam manter o estádio antigo ou que fosse para o Benfica e para o Sporting juntos. Se há coisa que o benfiquista não pode temer é fazer crescer o clube e eu não tenho esse medo.»