Rui Borges, treinador de 44 anos do Sporting - Foto: IMAGO
Rui Borges, treinador de 44 anos do Sporting - Foto: IMAGO

Rui Borges muito satisfeito com a equipa: tudo o que disse o treinador do Sporting

Técnico leonina destacou a primeira parte leonina, identifica dores de crescimento mas, no geral, regressa a casa satisfeito com o empate em Turim

- O segredo passou pela atitude da equipa, em especial nos momentos em que esteve menos inspirada?
- Sim, sem dúvida. Na primeira parte parte tivemos a capacidade, a inspiração, o jogo posicional no processo ofensivo, no processo defensivo fomos conseguindo anular, por vezes com alguns dificuldade, uma grande equipa. Uma segunda parte onde nos faltou um pouco mais de inspiração para conseguirmos controlar melhor o jogo também com bola, mas tivemos o compromisso e a atitude competitiva. Um jogo difícil, num campo difícil, com uma grande equipa que ainda não tinha perdido em casa esta época... Um jogo muito competitivo, muito intenso, pessoalmente acho que foi um grande jogo Champions. Pela parte competitiva, pela intensidade, também pela qualidade, teve de tudo um pouco. Um jogo difícil, mas onde a equipa deu uma grande resposta. Se queremos andar entre os melhores, temos de ter esta capacidade, esta humildade, esta coragem que tivemos ao longo do tempo, com e sem bola.

- Não sentiu a tentação de intervir mais cedo quando troca o Vagiannidis e o Quenda?
- Sim, porque na primeira parte estávamos a ter alguma dificuldade naquilo que era a intensidade de chegar mais perto. Estávamos a deixar rodar, a encarar a nossa linha defensiva, o que depois nos obrigava a correr muito mais. Estávamos a ter essa dificuldade. Na segunda parte até melhoraram um bocadinho, mas depois senti que faltava também alguma frescura e optei por refrescar nessa hora. Também acho que era o lado mais forte que a Juventus estava a ter na primeira parte. Apesar de tudo, no fim da primeira parte acho que estávamos a fazer um belíssimo jogo, apesar da maior dificuldade em alguns momentos, principalmente à nossa direita. Estávamos a ter capacidade com bola, variabilidade naquilo que era o posicionamento, era isso que queríamos. Pote e Trincão preencheram muito bem os espaços que queríamos, estávamos a conseguir controlar o jogo, estávamos a ter muita qualidade no processo ofensivo.

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- Luis Suárez não foi titular por estar limitado? E o João Simões, que parecer sair do relvado com queixas, está bem?
- O Simões teve um pequeno percalço ontem no treino e esteve na dúvida até o fim. Sentia-se bem à hora do jogo, entrou e fez um belíssimo jogo. Quando saiu, estava no limite do esforço. Saiu mais pelo cansaço e não pelo pequeno problema que teve ontem no treino. Em relação ao Luíi, também foi opção, mais opção do que outra coisa naquilo que era a nossa estratégia. Ele sentiu um ligeiro desconforto no jogo passado, mas não era algo impeditivo.

- O Sporting sentiu algumas dificuldades em ser mais afirmativo com a Juventus. Neste contexto, o empate acaba por ser positivo?
- Não jogámos contra uma equipa qualquer, jogámos contra uma grande equipa em sua casa, onde ainda ninguém ganhou esta época. Eu acho que a primeira parte tivemos muita qualidade, sinceramente. Fizemos o 1-0, poderíamos ter feito logo a seguir o 2-0 na bola na barra do Trincão. Não temos tantos remates como no campeonato, mas a exigência também é muito maior. Na segunda parte, eles tiveram alguma superioridade, nós alguma posse, mas uma posse pouco objetiva. Fomos perdendo alguma frescura e notava-se isso na tomada de decisão. Decisões mais apertadas que nos expuseram mais para transições. Andámos mais vezes em transição na segunda parte e nós não queríamos entrar nesse jogo. Faltou alguma frescura física e mental, a Juventus esteve mais tempo em cima de nós, mas o real perigo da Juventus só no último lance com uma grande defesa do Rui, que nos dá um ponto. A linha defensiva esteve muito bem, Ousmane fez um grande jogo, Inácio fez um grande jogo, o Maxi fez um grande jogo também. Não estivemos tão bem naquilo que era o processo ofensivo, temos que perceber que a exigência é maior. Temos que ter maior capacidade, temos que crescer, faz parte do crescimento. O desafio é conseguirmos ser constantes naquilo que é a nossa qualidade de jogo durante mais tempo com estas grandes equipas. O nosso campeonato é bem demonstrativo e temos tido essa capacidade, mas a exigência aqui é muito maior. A equipa teve de correr, estar comprometida... Teve essa humildade de perceber que estávamos a jogar contra uma grande equipa, com grandes jogadores, foi um grande jogo para mim. Jogo difícil nesta segunda parte por a competitividade e pela intensidade.

- Foi bonito o gesto em que ajudou Francisco Conceição a levantar-se e deu-lhe um abraço...
- Ali no momento, olhei alguém que é do nosso país e acabamos por ter um carinho diferente. É um miúdo, um jogador que é reconhecido pela sua qualidade e pela sua competitividade, alguém que respeitamos.