Rodrigo Mora para quebrar a rotina

Se Deniz Gul foi determinante no triunfo do FC Porto em Moreira de Cónegos, ao apontar aos 88 minutos o golo decisivo que deu os três pontos aos dragões, Rodrigo Mora também teve papel nuclear no cerco montado pela equipa de Farioli ao adversário, no segundo tempo. Lançado aos 58 minutos, o criativo trouxe com ele outras soluções para o coletivo sair da teia montada pelo Moreirense. Na ausência de Gabri Veiga, que saiu para entrar Mora, o camisola 86 também revelou arte na marcação do pontapé de canto que originou a finalização do internacional turco, após um primeiro desvio de Kiwior ao primeiro poste.

Durante a partida com o Moreirense, Rodrigo Mora teve uma eficácia de 70 por cento nos passes. Criou uma oportunidade de golo, realizou três passes para trás e outros três no terço ofensivo, sendo que um deles foi um passe-chave. Teve um total de 18 toques na bola, mas não conseguiu vencer nenhum dos dois duelos disputados, aspeto que ainda terá de melhorar e que vem sendo trabalhado no Olival. Contudo, destacou-se com uma interceção e duas recuperações de bola — uma delas a corrigir uma perda sua.

O FC Porto foi superior ao Moreirense em todos os dados estatísticos, mas a história da partida não se resume a números e a realidade é que no 1.º tempo os azuis e brancos tiveram muitas dificuldades em contrariar o bloqueio do opositor. Farioli admitiu isso mesmo: «Após quatro meses as equipas começam a temer o FC Porto outra vez, a defender baixo e no próprio campo, é uma boa mensagem para todos nós.»

O italiano vincou a necessidade de fazer «evoluir o processo», ou seja, apresentar no relvado outras soluções para derrubar blocos baixos, e isso poderá passar por dar maior protagonismo a jogadores como Mora ou William, com perfis diferentes, e uma enorme fome de competição. Nesta fase da campanha portista, Mora aparece como o 15.º jogador com mais minutos, 373, e somente três titularidades em 11 partidas. Com o desenrolar da época, o desgaste de unidades como Froholdt, Gabri Veiga ou Borja Sainz poderá ser explorada pelo jovem portista, ainda que Farioli deposite confiança absoluta naquele trio que forma o chamado núcleo-duro do onze.

Com os resultados a acompanhar o processo, a mudança de estratégia só fará sentido quando mais Moreirenses aparecerem no horizonte da equipa. Nesse contexto, Fariloli sabe que tem no banco homens preparados para dar uma resposta diferente.