Peixoto avisa: «Além de Benfica e FC Porto, só o Académico nos ganhou»

O jogo é de Taça, mas não é para baixar a guarda. César Peixoto não espera facilidades para o Gil Vicente no jogo com o Académico, em Viseu, para o 4.º classificado da Liga, que vai encontrar o 15.º da Liga 2. A mudança de treinador do adversário vai pedir ainda mais em alerta, sem poder dar-se ao luxo de baixar a guarda numa diferente competição ou perante um adversário de menor escalão.

A competição a eliminar implica alguma mudança na abordagem de jogo?

Não, não necessariamente. Isso é mesmo o que nós tentámos cultivar aqui desde que chegámos. Seja amigável, seja para a taça, seja para o campeonato, a abordagem tem de ser sempre igual. Isso faz parte do ADN que nós temos tentado construir: é tentar chegar lá, competir e lutar pela vitória. É importante para nós, depois da paragem também, retomarmos dentro dos níveis que temos. É natural, com a paragem, haver um desligar, o que também faz parte, porque vivemos isto muito intensamente. Fui alertando a equipa sempre durante a semana para as dificuldades que vamos encontrar, porque o Académico de Viseu é uma equipa que apostou para subir, uma boa equipa da Liga 2 que com certeza vai querer fazer um grande jogo perante uma equipa da Liga. Estarão super motivados e nós temos, no mínimo, de igualar. Se acharmos que vai ser fácil é o primeiro passo para que as coisas não corram bem.

Também o facto de ser uma equipa de segundo escalão pode agravar o desligar?

Bem, a paragem eu próprio a provoquei porque a equipa estava a competir sempre num alto nível, é importante oscilar em termos mentais, fisicamente também dar-lhes o descanso. Penso que a equipa vai corresponder, como tem feito até aqui. Vão existir algumas mudanças, até porque eu confio em todos os jogadores. Vamos dar prioridade também a alguns jogadores que têm sido importantes, porque o Gil Vicente não tem sido só os onze que têm entrado de início, mas muitas vezes quem entra do banco tem entrado muito bem. Tenho de dar essa oportunidade também a alguns jogadores para poderem competir a partir do onze inicial.

No ano passado o Gil Vicente foi uma das surpresas da competição, chegou aos quartos de final diante do Sporting. Dá para repetir ou poder chegar mais longe?

Eu não me agarro muito ao passado, não sabia disso. Eu vejo uma equipa com qualidade, organização, intensidade, humildade, com fome de vencer e querer continuar a vencer, a ser protagonista no campeonato como tem sido. Temos de estar em alerta até porque o Académico foi a única equipa que nos ganhou na pré-época, aqui em casa. Foi o FC Porto, foi o Benfica e foi o Académico de Viseu nesta época, por isso sabemos as dificuldades que vamos encontrar.

Pela segunda semana, não consecutiva, mas campeonato e agora taça, vai encontrar uma equipa que trocou de treinador [de Sérgio Vieira para Sérgio Fonseca].

Dificulta, não sabemos ao certo a parte estratégica. Analisamos os sub-23 do Académico, o treinador estava lá, mas são outros jogadores, a equipa principal tem outras características. Nos primeiros minutos temos de estar muito focados para perceber o mais rapidamente possível e passar essa informação para os jogadores. A equipa está preparada para jogar contra qual for o sistema. Tentámos sempre trabalhar a equipa desde o início em vários cenários porque às vezes há campos em que eles me conseguem ouvir e há outros, o Estádio da Luz cheio, por exemplo, em que eles não me conseguem ouvir. Têm de ser autónomos dentro do campo e conseguirem fazer face aos problemas que vão existindo.

Falou há pouco que poderá haver algumas alterações, Tidjany ou Carlos Eduardo, vindo de lesões, também podem ter alguns minutos?

O Carlos ainda está um bocado atrasado, está a treinar, mas ainda está um bocado atrasado, não vai, mas o Tidjany vai, e faz parte do planeamento, do crescimento que nós queremos para ele também em termos físicos.

O guarda-redes Andrew ficará fora, a cumprir castigo, lesionado está ainda Bamba, além de Carlos Eduardo.