Pedro Henriques analisa arbitragem do Benfica-Gil Vicente
3 — Faltou mostrar cartão amarelo para Luís Esteves que ao disputar a bola com Amar Dedic acabou por ter uma entrada negligente, pois com o calcanhar direito pisou de sola e com os pitons o pé esquerdo do seu adversário.
9 — António Silva perde a bola no seu meio campo, porque sofreu uma falta clara por trás cometida por Pablo que entrou de pé direito ao calcanhar do central encarnado. Não obstante com a imagem parada pareça uma entrada violenta, em movimento normal, é um toque sem a intensidade e malicia suficiente para expulsão, até porque António Silva fica de pé e esta entrada não pôs nunca em risco a sua segurança e integridade. Mas seria para amarelo, por negligência, ou seja, não teve em conta o perigo e as consequências do seu ato, ou melhor, da entrada que fez.
9 — Pontapé livre bem assinalado para o Gil Vicente, pois António Silva à entrada da área dos encarnados, ao saltar, carrega de forma incorreta Agustín Moreira. Por cortar desta forma uma jogada de perigo, prometedora, faltou mostrar cartão amarelo ao central encarnado. Este livre, do qual resulta o golo da equipa de Barcelos, não teria acontecido se a falta sobre António Silva tivesse sido assinalada. Relembrar que por protocolo o VAR não pode intervir. Pode intervir em situações de penálti, mas não pode intervir em situações de livres.
24 — Pontapé de penálti bem assinalado a favor dos encarnados. Dodi Lukebakio sofre falta do lado esquerdo por Buatu, a menos evidente e do lado direito por Konan, a mais evidente, esticou a sua perna esquerda e tocou e rasteirou o pé direito do avançado belga dos encarnados. Porque Lukebakio estava numa situação clara de golo, e de acordo com a lei da dupla penalização, como a infração foi na tentativa de jogar a bola, faltou mostrar cartão amarelo a Ghislain Konan.
45 — Foram dados cinco minutos de tempo adicional, em função de terem existido três golos, um penálti onde o VAR esteve a verificar e confirmar, e sobretudo pelo tempo gasto na assistência a Richard Ríos.
45+6 — O árbitro terminou a primeira parte sem ter deixado executar o pontapé de canto a favor dos gilistas. As recomendações que foram dadas esta época sobre esta situação, e que os clubes também receberam, em formação dada pelo Diretor Técnico Nacional, na cidade do futebol, foram as seguintes:
- Se a bola sair por exemplo como foi o caso, para canto antes do tempo adicional que foi dado, deixar marcar o canto mesmo que nessa execução se vá estender para lá do tempo;
- Se a bola quando sair para canto foi já depois de se ter ultrapassado o tempo dado, devem terminar o jogo e não deixar marcar.
O árbitro seguiu as instruções dadas, com as quais eu não concordo, para mim seria sempre o terminar em zona neutra ou situação que não de livres e cantos junto as áreas para quem está a atacar.
49 — Num primeiro momento, o assistente validou o golo a Pablo, jogador do Gil Vicente, considerando que no momento em que a bola lhe foi passada estava em posição legal. Contudo e após intervenção do VAR, o golo acaba por ser anulado por fora de jogo, em função de Pablo estar adiantado 6 cm em relação ao penúltimo adversário, que na ocasião era Samuel Dahl.
52 — Cartão amarelo mostrado a Luís Esteves na zona do meio-campo por falta sobre Richard Rios foi uma decisão exagerada, é uma infração apenas normal, ou seja, imprudente, e numa zona neutra e sem qualquer perigo.
56 — Marvin Elimbi vê um cartão amarelo, que foi bem mostrado, por pisar Samuel Dahl mesmo à entrada da área dos gilistas. Pelo pisão que foi negligente e pela zona onde foi a falta, que cortou um ataque prometedor, a sanção disciplinar foi correta.
66 — Amar Dedic viu de forma correta o cartão amarelo por acertar com a mão em cheio na cara de Joelson Fernandes.
76 — Cartão amarelo mostrado a Otamendi por palavras junto do árbitro.
90 — Cartão amarelo bem mostrado a Richard Ríos por retardar o reinício do jogo num pontapé livre a favor dos encarnados junto à linha lateral, mas em zona já perto da área gilista.
90 — Os sete minutos dados de recuperação de tempo perdido resultam das seis paragens para substituições, o golo anulado pelo VAR por fora de jogo e pelos cinco cartões, que, neste segundo tempo, até esta altura tinham sido mostrados. Tudo certo na contagem do tempo extra.
90+5 — Cartão amarelo bem mostrado a Hevertton por entrar fora de tempo e pontapear a cintura de João Rego, uma abordagem negligente passível de sanção disciplinar.
90+9 — Hevertton vê de forma correta o segundo cartão amarelo e consequente vermelho por acumulação. Por uma entrada fora de tempo negligente e sem bola sobre Leandro Barreiro. Decisão disciplinar correta.