Passou por SC Braga e Sporting e agora produz azeite à moda minhota
Com selo de tomba-gigantes. O Fafe foi uma das equipas que brilhou na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, ao deixar pelo caminho o Arouca (2-1), sendo que o feito dos minhotos na presente edição da prova rainha não foi inédito: na ronda anterior os fafenses já tinham eliminado outro conjunto primodivisionário, o Moreirense (1-0).
A tarde do passado domingo ficará na memória de todos os jogadores, estrutura e adeptos dos justiceiros, mas há um atleta em particular que terá para sempre gravado a letras de ouro o dia 23 de novembro de 2025: João Oliveira.
Porque nunca é tarde para ser-se feliz, o experiente médio, de 33 anos, tocou o céu e escreveu uma das páginas mais bonitas da sua já longa (e muito meritória) carreira: foi o autor dos dois golos que selaram o triunfo dos minhotos na receção aos arouquenses.
João Oliveira teve, em ambos os momentos inolvidáveis, cabeça para subir ao patamar da excelência. A mesma cabeça que, de resto, demonstrou ter ao longo de um percurso que já leva muitos anos e que foi construído a pulso. E sempre com a redondinha colada ao pé esquerdo, acrescente-se.
Bracarense de gema, foi nos arsenalistas que iniciou o seu processo de formação, que contemplou ainda passagens por Moreirense, Amares, Vizela e Sporting. Já no patamar sénior, vestiu as camisolas de Vilaverdense, Salgueiros, Olhanense, Vizela e Académico de Viseu, aventurando-se, entre 2020 e 2022, na primeira experiência além-fronteiras, ao aceitar o desafio do Sosnowiec (Polónia). Regressaria a Portugal para jogar no Penafiel, mas voltaria mais uma vez ao estrangeiro para defender as cores do Zhenys, do Cazaquistão. Em todas estas realidades demonstrou regularidade e qualidade, jogando e fazendo jogar. Teve sempre golos e assistências. Mas, e acima de tudo, João Oliveira provou, em todas as latitudes, que as coordenadas do seu pé esquerdo têm a direção certa para guiar as equipas que serve para a rota do sucesso. Com suor e dedicação.
Na época passada voltou a solo lusitano e a camisola amarela assentou-lhe na perfeição. João foi para Fafe plantar Oliveira e cultivar azeite à boa maneira minhota. Aos 14 jogos disputados em 2024/2025, soma já 13 na presente campanha, sendo uma das mais-valias dos Justiceiros na Liga 3, sempre de olhos postos na subida ao segundo escalão nacional.
O GPS mantém-se em pleno funcionamento e abrange também a Taça de Portugal. O médio, de 33 anos, também vai deixando o seu perfume na segunda competição mais importante do futebol português, juntando qualidade técnica e maturidade. Da sua canhota saem sempre passes açucarados, da sua cabeça vão surgindo autênticos... pontapés. Com selo de golo.
Duarte, o rei das Caldas
A Rainha foi devidamente honrada e o Caldas eliminou o (favorito) Tondela da Taça de Portugal.
Nesse embate, em que a equipa da Liga 3 contrariou toda a lógica, sobressaiu Duarte Almeida. O jovem guarda-redes, de apenas 19 anos, realizou uma exibição de encher o olho e completou o ramalhete com a defesa de uma grande penalidade (cobrada por Yarlen) que selou o apuramento do emblema do Oeste.
Nascido e criado nas Caldas da Rainha, Duarte Almeida (que nunca conheceu outro clube na carreira) tem estado na sombra de Wilson Soares, mas com este potencial dará ainda mais que falar...
Dedé, o Tubarão Azul de Sintra
Mergulhou um Tubarão Azul em Sintra. Dedé, de apenas 20 anos, tem estado em grande destaque no 1º Dezembro, emblema ao serviço do qual completou o seu processo formativo.
Já depois das duas partidas realizadas na temporada passada, o extremo contabiliza 11 jogos e três golos na campanha em curso. Tem na velocidade uma das suas principais armas (tanto nos lances individuais como na exploração da profundidade), característica a que junta uma interessante qualidade técnica.
Caso mantenha esta curva ascendente, tem todas as condições para aspirar a outros voos no percurso.
Caleb dá aulas na Tapadinha
Com 33 anos completados no passado dia 9, Caleb continua a dar aulas nos relvados portugueses.
Mesmo que em realidades menos mediáticas — Louletano, Fátima, Olhanense, Amora e Vitória de Setúbal —, a verdade é que o criativo luso-brasileiro respira juventude e mantém intacta a sua elevada qualidade técnica.
Com suprema precisão no passe, tanto a curta como a longa distância, o camisola 10 cumpre a segunda temporada no Atlético (tem, no tal, 39 jogos, seis golos e 11 assistências pelo histórico emblema de Alcântara) e é um exemplo para todos os que o rodeiam. É ele e mais 10.
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