Jovem avançado encontrou o seu espaço em Viseu e tem dado cartas na Beira - Foto: Académico de Viseu
Jovem avançado encontrou o seu espaço em Viseu e tem dado cartas na Beira - Foto: Académico de Viseu

A (in)dependência de Zamora, que é um tratado... de bom futebol

Extremo internacional pela Costa Rica assinou o livro dos destaques na cidade de Viriato: golos, passes de morte e um virtuosismo que tem encantado os adeptos beirões. Reko às cambalhotas em Penafiel. Samu agarrou-se à Madeira. Arsénio destila classe em Lourosa

Chegou como um perfeito desconhecido... hoje é um dos mais adorados pelos adeptos do Académico de Viseu: Alvaro Zamora.

O jovem extremo internacional pela Costa Rica (23 internacionalizações, cinco golos e duas assistências) tem sido um autêntico espalha-brasas ao serviço do emblema da cidade de Viriato e o seu impacto também se traduz em números: 10 partidas, seis tentos apontados e um passe de morte.

Com apenas 23 anos, estamos na presença de um diamante que está a ser lapidado e cujo futuro pode ser ainda mais radiante. Zamora está no Académico por empréstimo dos gregos do Aris de Salónica, mas o conjunto viseense tem opção de compra do seu passe. E a julgar pela amostra, será difícil pensar que a SAD dos beirões irá deixar escapar a oportunidade de o agarrar a título definitivo...

Mas para apresentarmos Alvaro Zamora temos de olhar a (muito) mais do que os (meritórios) registos contabilísticos que já possui. Afinal, o extremo tem vindo a apresentar um manancial técnico de elevado relevo. Jogando preferencialmente pelos corredores do ataque (utiliza os dois pés com a mesma qualidade e mostra-se confortável tanto à direita como à esquerda), Zamora tem a polivalência necessária para pisar também terrenos interiores e estar, no fundo, nas zonas de decisão. O último terço é a sua praia.

À qualidade de transporte junta também a velocidade, pelo que é difícil de ser travado nos lances de um para um. Sem bola é ativo e inteligente na busca da profundidade e apresenta quase sempre boas soluções para dar seguimento às jogadas de ataque.

Com passagens por Municipal Grecia, Pérez Zeledón e Saprissa (todos da Costa Rica), Zamora entrou na Europa pela porta dos gregos do Aris, onde esteve duas temporadas (62 jogos, seis golos e uma assistência). O presente ofereceu-lhe a possibilidade de rumar ao futebol português e o virtuoso tem dado todas e quaisquer provas do seu valor no Académico.

Pode, pois, dizer-se que em Viseu foi assinado um tratado... de Zamora. O extremo costa-riquenho adquiriu a independência na cidade de Viriato e é, por esta altura, um dos principais destaques do momento absolutamente avassalador por que passam os viseenses: quatro vitórias consecutivas para a Liga 2 — ao que se junta um triunfo com lastro de tomba-gigantes, diante do (não menos) sensacional Gil Vicente (2-1), para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal — e chama bem acesa no que concerne à luta pela subida à elite nacional.

Se André Clovis é o melhor marcador do segundo escalão (11 golos), Alvaro Zamora segue no 3.º posto do referido ranking (6). O brasileiro e o costa-riquenho são a sorte grande e a terminação: jackpot!

De 'mortal em mortal'

Camisola 8 é garantia de fiabilidade para os durienses - Foto: Penafiel

Reko é o rei das cambalhotas. Sempre foi, de resto. Pelo menos no que diz respeito à forma como o médio sempre festejou os golos. E também nesse aspeto demonstra ter arte. Porque um salto mortal não é para qualquer um.

Mas Reko é aquilo a que se convencionou chamar de um verdadeiro todo-o-terreno. Aos 30 anos e a cumprir a quarta época no Penafiel, oferece todos e quaisquer equilíbrios de que a equipa necessita, mas também é possuidor de uma qualidade de passe que rapidamente coloca o coletivo em redor das áreas adversárias. É um trintão que tem ainda muito palco pela frente.

Mãos de aço na Ilha

Luvas do guarda-redes estão sempre prontas para encaixarem a bola - Foto: Marítimo

Samuel Silva, ou Samu para os amigos, agarrou a baliza do Marítimo. Após ter tido alguma intermitência nas duas últimas épocas (20 jogos), o guarda-redes, atualmente com 26 anos, leva 11 partidas na presente temporada e tem-se cotado frequentemente como um dos melhores elementos do conjunto insular.

Com 1,90 metros, Samu (e não somos amigos) tem uma natural aptidão para os duelos aéreos, mas também tem agilidade bastante para ser lesto na saída dos postes. Posiciona-se bem, controla a profundidade e tem bom jogo de pés. É um autêntico mãos de aço na Ilha.

Classe em andamento

Centrocampista dos corticeiros é exemplo de longevidade e de... qualidade - Foto: Lusitânia de Lourosa

Se o estimado leitor ainda se questiona sobre o porquê de esta rubrica ser aberta a todas as idades e não apenas a jovens que estejam na rampa de lançamento para grandes carreiras... coloque os olhos em Arsénio.

Sim, porque aos 36 anos (!) é de todo possível atingir níveis de elevado brilhantismo. Outrora extremo, o agora médio tem um extenso cardápio de ações.

Sabe tudo do jogo (a experiência é um posto) e serve como um autêntico farol para o navio do Lusitânia de Lourosa: dois golos e seis assistências em 13 jogos. Tem poesia nos pés. É classe em andamento. Respira juventude.