Alan Varela tenta lançar um companheiro de equipa (Foto Catarina Morais/Kapta+)
Alan Varela tenta lançar um companheiro de equipa (Foto Catarina Morais/Kapta+)

Para a floresta de Sherwood só Varela levou as flechas (as notas do FC Porto)

Argentino, qual Robin dos Bosques, tentou 'roubar' aos ricos para dar a alguém mais desfavorecido em termos financeiros. Kiwior foi uma muralha e Bendnarek cometeu enorme deslize
A figura: Alan Varela (6)
Robin dos Bosques, mítico herói inglês que faz parte do imaginário de muitos, terá vivido na floresta de Sherwood, ali mesmo, em Nottingham, a terra que assistiu à primeira derrota do dragão esta temporada. Defensor dos pobres e dos oprimidos, roubava aos ricos para dar aos mais desfavorecidos e era exímio no arco e flecha. E se fizermos por analogia que o Forest dispõe de muitos mais recursos financeiros do que o FC Porto, Alan Varela terá sido caso quase único de alguém dos dragões que levou as flechas para tentar ferir os 'tricky trees', ficando perto do golo aos 38'. Saiu em dificuldades queixoso e ficaram os portistas a queixar-se, órfãos do seu capitão.

DIOGO COSTA (5) — Fez uma defesa daquelas vistosas, para o photomaton, logo ao quarto de hora de jogo. E a partir daí soou-lhe aos ouvidos um hino à ingratidão. Não fez mais qualquer parada daquelas dignas de registo e sofreu dois golos de penálti. Até costuma ser herói neste tipo de lances mas na noite do City Ground não houve espaço para atos redentores dos dragões.

ALBERTO COSTA (5) — Apenas se lhe viu um momento de fulgor ao minuto 43, quando subiu até perto da linha de fundo e causou (algum) temor na defensiva do Forest. Além disso, na luta defensiva, ganhou uma, perdeu outras mas não escreveu grande história.

BEDNAREK (5) — Subiu imenso de produção após o intervalo mas a exibição fica indelevelmente marcada pela forma imprudente como saltou à bola no lance que resultou na primeira grande penalidade para o Forest. Até poderia ter assinado um auto de redenção ao marcar, mas Samu roubou-lhe esse gosto, pois estava fora de jogo.

KIWIOR (6) — A muralha de Tychy foi capaz, mormente na segunda parte, de alinhar minimamente o quarteto defensivo e nunca se furtou a um bom combate. Sentido posicional quase irrepreensível. Travou duelo interessante com Igor Jesus e o brasileiro não foi dos mais exuberantes dos ingleses.

FRANCISCO MOURA (4) — Se no início não se entendeu com as constantes mutações no seu flanco entre Gibbs-White e Ndoye, a meio também não. Com muita dificuldade de controlar a profundidade e o espaço, saiu quando Farioli tentou ir em busca de outro resultado e toda a gente percebeu porquê.

FROHOLDT (6) — Depois de uma primeira parte em que andou meio perdido no terreno de jogo, encontrou-se após o intervalo e deu alguma da rotação que os portistas estavam a necessitar na zona intermediária. Será que tem apenas e só dois pulmões? Pelo que corre, parece ter quatro ou seis.

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PABLO ROSARIO (4) — Não há muitas notícias de que um caribenho da paradisíaca República Dominicana se dê bem com os ares de Inglaterra e não foi em Nottingham que isso aconteceu. Muitas dificuldades em jogar de costas de baliza, em assumir a construção e em igualar o patamar de intensidade colocado no terreno de jogo pelos médios contrários.

PEPÊ (5) — A bola não chora nos seus pés, é uma verdade, mas convinha ter rolado um pouco mais rápido. Ajudou a defender, no entanto, ficou alguma coisa por fazer na componente ofensiva.

SAMU (5) — Correu imenso na primeira fase de pressão ao Nottingham, mas teve pouca bola, não se conseguiu impor em arrancadas ou nos duelos físicos com os defesas contrários, mas terá saído do campo com a sensação que deu tudo, mas por vezes isso não é... o suficiente.

BORJA SAINZ (5) — Precisa de muito mais campo aberto do que aquele de que dispôs para por as defensivas contrárias em sentido, uma vez que tanto Neco Williams como Savona lhe encurtaram muito o espaço. Tentou muito, pouco bem, mas louve-se o esforço de tentar criar perigo numa equipa que numa boa parte do tempo esteve amorfa.

MARTIM FERNANDES (4) — Quem pouco aparece e, ainda por cima, comete um penálti muito desnecessário, não pode ter avaliação positiva...

GABRI VEIGA (4) — Se a ideia era que o espanhol organizasse minimamente o futebol ofensivo dos dragões, o conceito não resultou.

WILLIAM GOMES (4) — Desta vez não conseguiu em drible fintar um destino que estava traçado.

ZAIDU (4) — Fica no domínio da eterna questão o que poderia realmente o nigeriano mudar um jogo que já estava resolvido...

RODRIGO MORA (—) — Numa equipa tão desinspirada não haveria espaço para que o prodígio entrasse mais cedo?