Oficial: San Siro é do Milan e do Inter

Após 90 anos, o estádio San Siro (para o Milan) ou Giuseppe Meazza (para o Inter) muda de proprietário.

Esta quarta-feira, foi concluída a escritura da compra do estádio e das áreas circundantes por parte dos clubes e agora pertencem ao Milan e ao Inter, deixando de ser propriedade do Município de Milão.

Para a aquisição, os dois clubes irão despender um total de 197 milhões de euros, com um contributo de 22 milhões do município - para a remodelação do túnel Patroclo, localizado atrás do estádio, e para a descontaminação dos terrenos -, enquanto os trabalhos para o projeto do novo estádio prosseguem.

Os clubes rossonero e nerazzurro obtiveram um empréstimo bancário ligeiramente superior a 90 milhões de euros e pagaram ao município a primeira prestação de 73 milhões pela aquisição da área.

O encontro desta manhã contou com dirigentes de ambos os clubes e do município e formalizou o acordo da transferência de propriedade, após uma corrida contra o tempo.

Daqui a cinco dias, dia 10 de novembro, caso o estádio ainda fosse propriedade pública, seria ativada a restrição arquitetónica sobre o segundo anel, impossibilitando a sua demolição.

No comunicado oficial, os clubes falam em ambições partilhadas e projetam alguns planos para o futuro.

«Este marco importante reflete as ambições partilhadas pelo Milan e pelo Inter, bem como pelas respetivas propriedades, RedBird e fundos geridos pela Oaktree, para um sucesso desportivo a longo prazo e para um investimento que permitirá criar valor para apoiar o crescimento sustentável de ambas as sociedades», pode ler-se antes dos planos para o novo estádio.

«Os clubes confiaram à Foster + Partners e à Manica o processo de projeto e desenvolvimento de um novo estádio de classe mundial e do plano diretor para a área circundante. O estádio responderá aos mais altos padrões internacionais e está destinado a tornar-se um novo ícone arquitetónico para a cidade de Milão», ambicionam os clubes.

«No âmbito do projeto, surgirá um novo polo de excelência que refletirá a vocação desportiva e cultural do bairro de San Siro e de toda a cidade, regenerando um espaço urbano sob o signo da inovação, sustentabilidade e acessibilidade», concluem.

Milan e Inter confirmaram ter obtido financiamento das instituições bancárias internacionais Goldman Sachs e J.P. Morgan como coordenadores principais, juntamente com os parceiros bancários Banco Bpm e Bper Banca. Contudo, há quem queira travar estes planos.

Claudio Trotta, um dos fundadores do Comité Sì Meazza, opõe-se à construção do novo estádio e foi ouvido pelos procuradores de Milão, Giovanna Cavalleri e Giovanni Polizzi, por fraude na licitação.

Trotta revelou que pretendia apresentar uma proposta pelo estádio, mas que lhe foi impossível participar no concurso do município devido aos prazos excessivamente curtos.

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