O Sporting, o Moreirense e até José Mourinho: tudo o que disse Rui Borges
O Sporting entra em campo esta segunda-feira em Alvalade, onde recebe o Moreirense em jogo da 6.ª jornada da Liga. Rui Borges fez este domingo, na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, a antevisão do encontro mas falou sobre mais, até, quando questionado, sobre o novo treinador do Benfica, José Mourinho. Eis tudo o que disse o treinador dos verdes e brancos.
– O Moreirense tem os mesmo pontos do Sporting, que equipa espera e que dificuldades espera neste jogo?
– Espero um Moreirense ao nível do que tem estado até aqui. Conheço muito bem o clube, sei o que é trabalhar naquela estrutura. É uma equipa que tem jogadores que estão há três anos no clube, bem organizada, motivada. Está no top 5 de criação de oportunidades e isso diz bem sobre a sua qualidade. Mas temos de estar focados no que podemos dar ao jogo, em casa, e queremos ser fortes.
– O Moreirense ainda tem muitos jogadores com os quais lá trabalhou em 2023/2024… Está preocupado com o que podem revelar e se podem revelar muito ao treinador e ao grupo sobre a sua forma de jogar?
– Podem revelar, não há problema. Alguns princípios podem estar aqui mas a dinâmica é totalmente diferente, é tudo muito diferente, são equipas diferentes, pensamentos diferentes, momentos de jogo trabalhados de formas diferentes do Rui Borges do Moreira. É natural mas não é isso que vai condicionar o jogo. Vai ser um grande jogo, do outro lado está uma grande equipa, de que pessoalmente gosto e não apenas pela ligação e pela oportunidade que me deu de chegar à Liga… Tenho um carinho enorme pelos jogadores e por toda a estrutura do Moreirense, mas quero muito ganhar, embora saiba sei que nos vão dificultar a vida.
Lesionados e Geovany Quenda
– Comos estão as situação de Rui Silva, Diomande e Geny Catamo, que recuperam de lesões?
– Estão os três fora do jogo.
– Sobre o Rui Silva em particular, é preocupante?
– Não é preocupante, à partida não será muito preocupante, penso que na próxima semana estará apto. Tal como Diomande e Geny Catamo.
– Com esta lesão de Geny Catamo, Geovany Quenda passou a titular. Mostra condições para ser ele a primeira escolha a partir de agora?
– O Quenda tem sido titular, tem trabalhado muito bem, tem treinado bem, não foi titular nas primeiras jornadas e talvez olhem para isso pela falha do Geny… mas se calhar não tem nada a ver com isso. Tem sido titular agora e o miúdo tem respondido. Estou feliz por poder contar com o Quenda.
– Ele fez um grande jogo na Champions, mereceu até elogios Thierry Henry e para o ano estará a jogar no Chelsea... Que trabalho tem o treinador de fazer para manter focado um jovem de 18 anos e com este contexto?
– Não preciso de fazer porque ele é muito maduro. Demostra bem a maturidade, o rigor e o que quer alcançar para o seu futuro. Tem 18 anos mas uma personalidade diferente e bem vincada. Preocupo-me é com que seja cada vez melhor, com mais ações, que crie mais desequilíbrios. O meu foco é que ele seja mais forte a cada dia, mais do que trabalhar a parte psicológica. Porque isso ele não precisa.
O meio-campo
– Num meio-campo com Hjulmand e quando Morita esteve lesionado a aposta foi em Kochorashvili. Tem o georgiano ainda de adaptar-se bem à posição, aos companheiros e forma de jogar da equipa?
– Ele gosta de ouvir, de aprender e vai-se adaptar-se e colocar as suas qualidades em prol da equipa. É natural, ele vem de um contexto totalmente diferente daquilo que é a exigência Sporting, do que é o jogo Sporting. Está ainda à procura de entender bem os colegas, a dinâmica da equipa, mas dentro do que tem conseguido ele tem melhorado, ouvido. Ele gosta de ouvir, de aprender e vai adaptar-se e colocar as suas qualidades em prol da equipa. Se calhar vocês, e nós treinadores também, vamos à comparação, porque vemos o Morita… mas ele joga há dois anos seguidos com o Morten [Hjulmand], a ligação deles faz-se de olhos fechados. Leva tempo, faz parte, mas estou feliz com o que ele tem conseguido e aos poucos vai melhorar com toda a certeza.
– E João Simões está preparado para ser titular?
– Está tão preparado para ser titular como os outros. Faz parte da equipa principal há muito tempo, tem uma grande capacidade de estar focado, não preciso de ser psicólogo com ele. E ele ama o Sporting de forma incondicional, e isso vê-se na forma como festeja, na forma como está no banco de suplentes, é mesmo um apaixonado do Sporting e acho que vai ter um futuro. Vai ser um líder natural com o passar do tempo e claro que vai ter as oportunidades dele.
– Já disse que Debast é central mas agora entrou para o meio-campo, pode ter aí também oportunidades?
– O Zeno entrou para o meio-campo e pode dar essa solução. Fico feliz por poder ter essa capacidade num jogador novo, que está num bom crescimento e que pode torná-lo mais forte.
O telefonema de Mourinho a Varandas
– José Mourinho disse que depois de assinar pelo Benfica telefonou a Frederico Varandas. Como encara isso?
– Não vou falar muito disso, não ouvi, para ser honesto passa-me completamente ao lado se ligou ou não ao nosso presidente. Mourinho era alguém com quem me identificava no início da minha carreira e ainda me identifico, não é por ser treinador de um rival que vou deixar de dizê-lo. Marcou o futebol português e mundial, foi sempre uma pessoa para quem nós treinadores olhámos, porque foi o melhor do mundo. Fico feliz por defrontá-lo e por ter esse desafio.
– Benfica e FC Porto já jogaram esta jornada e ganharam. Fica o Sporting pressionado?
– Aqui, a pressão aqui é diária… Nem olho para os adversários. Nesta fase não estou focado na classificação, porque estamos numa fase inicial. Claro que queremos ganhar sempre, mas podemos não conseguir, porque do outro lado também estão equipas competentes. Estou focado no papel do Sporting, o caminho é longo e mais à frente veremos.
Gestão e Luis Suárez
– Agora com a Champions o calendário aperta, surgem os jogos de três em três dias… Preocupa-o a gestão que é preciso fazer?
– Olhamos [para a gestão] e vamos tentando perceber. Às vezes quem está fora questiona as opções mas tudo tem uma conjugação de muitos fatores. Com o Kairat tirámos o Pedro Gonçalves, o Morten [Hjulmand]... É uma gestão para termos a malta capacitada para dar o máximo, porque eles não são máquinas e vamos sempre atuando em prol do que podemos, tentando não expor os jogadores a lesões. Tudo tem um porquê e estamos todos ligados, a cada jogo, em prol do melhor para a equipa. Como disse, tentamos gerir dentro do possível o que podemos controlar ao máximo para não expor os jogadores a leões.
– Tem-se elogiado muito o jogo associativo de Luis Suárez mas acredita que ele pode marcar mais golos?
– É um avançado completo, não tenho dúvidas de que vai fazer golos. E o Fotis [Ioannidis] igual. Tem-se falado do jogo associativo do Luis, mas ele é mais do que isso, faz boas diagonais, tem bons timings e dá uma profundidade maior. É um jogador que dá uma viabilidade à equipa de que gosto e que o Fotis vai dar de igual forma, porque também gosta de ligação, de arrancar e isso provoca a profundidade também.
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