Imagem de uma bancada repleta de adeptos do Vitória, em Guimarães
FOTO A BOLA

O meu clube favorito

Sentido de pertença é o espaço de opinião quinzenal de André Coelho Lima, jurista, empresário e associado do Vitória SC, que aqui o partilha com o convidado José de Guimarães, pintor e artista plástico

«Na edição de 10/09/2024 informei que, pontualmente, partilharia este espaço que A BOLA atribuiu ao Vitória com outros vitorianos que, como eu, assumem orgulhosamente o seu sentido de pertença a um clube e à representação que este faz da sua comunidade, demonstrando a diversidade e a abrangência social deste clube e a relevância dos seus adeptos para o país em diferentes áreas e setores. Depois de ter iniciado com o produtor e realizador de cinema Rodrigo Areias, o meu segundo convidado é José de Guimarães, considerado um dos principais artistas plásticos portugueses de arte contemporânea, com vasta e reconhecida obra na pintura, escultura e outras atividades criativas, que faz dele um dos mais galardoados artistas portugueses.»

André Coelho Lima
Jurista, empresário e associado do Vitória SC

1 — Recordo-me perfeitamente, tinha eu à volta de oito anos — já lá vão setenta e cinco — quando, pela mão do meu pai, ia para o Campo da Amorosa, ver o Vitória. Assim se chamava o terreiro onde se praticava a modalidade de futebol em Guimarães.

Era nessa altura um campo de terra batida com bancadas de madeira de um lado, e uma rampa de terra, com muretes de pedra, do lado oposto. Havia jogos com público e outros mais vazios. Os grandes clubes de Lisboa e Porto eram os mais vistos e, claro, o Sporting Clube de Braga, rival nato, enchia o campo.

2 — Naquele tempo o futebol não era a máquina de fazer dinheiro que hoje se apresenta.

O futebol apresentava toda a sua pureza, os jogadores ganhavam o mínimo e jogavam por verdadeiro amor à camisola. Os clubes tinham uma organização insipiente e não se podiam lançar em grandes voos na aquisição de jogadores estrelas

3 — Falta dizer que por uma questão de associação, de raízes, de memória, de sentido de pertença, obviamente que o meu único — e favorito — clube é o Vitória de Guimarães, então um clube em formação, hoje mundialmente conhecido e apreciado!