Farioli questionado sobre estado emocional certo para jogar pelo FC Porto, com todo o ruído à sua volta com o interesse do Al-Ittihad

O clássico preparado até em inferioridade, a recuperação de Samu e o papel de Mora: o que disse Farioli

Treinador do FC Porto falou em conferência de imprensa sobre o clássico frente ao Sporting, da 4.ª jornada da Liga, marcado para este sábado às 20h30

— É o seu primeiro clássico. É um jogo que convoca muitas emoções e essa é a parte mais importante de se controlar. Concorda?

— Estes jogos são muito afetados pela parte emocional, o crucial é tratá-lo como se fosse mais um. O resultado ainda não vai definir nada, estamos no início da temporada. Vai ter a atenção devida, mas não fazer dele maior do que o que é nesta altura.

— Rui Borges afirmou que o Sporting é um pouco mais favorito. Terá o FC Porto de jogar de outra forma frente a este adversário? 

— Temos muito respeito, vamos jogar na casa dos campeões. É correto o que disse [Rui Borges], mas vamos lá com as nossas ideias, com o desejo de continuar o nosso processo. Vamos a Lisboa com toda a energia para mudar um registo historicamente difícil para o FC Porto, que só ganhou por cinco vezes em 27 jogos em Alvalade. Entraremos com o nosso jogo, com a nossa mentalidade e com respeito pelo adversário.

Preparámos vários cenários, até para jogar em inferioridade numérica, se for o caso

 — O ano passado ganhou todos os clássicos nos Países Baixos. Como prepara este tipo de jogos? 

— O passado é o passado. Agora é sobre o presente e sobre o futuro e o presente é o Sporting. Vai ser um cenário diferente, mas preparámos o jogo com a mesma atenção com que preparámos os outros, embora seja complicado analisar jogos do Sporting com os adversários em inferioridade numérica. Em 23 jogos com o Rui Borges como treinador, o Sporting jogou sete contra 10 homens, é quase um terço dos jogos, por isso preparámos todos os cenários, inclusive o de jogarmos em inferioridade numérica.

Quando volto a casa e abro a porta, se volto com um sorriso significa que o trabalho foi bom. Até agora, têm ajudado a chegar com um grande sorriso. Só duas vezes em que voltei triste. Estão a fazer um grande trabalho

Sente a responsabilidade de ganhar este clássico? Há a ideia de que Sporting e Benfica estão um pouco à frente na qualidade do plantel, mas que esta época o FC Porto tem melhor treinador...

— Se sinto a responsabilidade? Sim, muita. Não estamos numa corrida com os outros, para saber quem é o melhor treinador. Estamos a tentar tudo o que podemos para fazer com que os jogadores sejam melhores. O clube está a dar o melhor para fazer a equipa melhor e mais equilibrada. Vamos fazer o que podemos nos últimos dias de mercado. Também há outras equipas além de Sporting e Benfica com qualidade. Tenho muito respeito por todos os treinadores porque todos estamos a tentar o melhor. Todos são bons. Alguns têm mais sorte.

Está satisfeito com o arranque da equipa, que marcou nove golos e não sofreu nenhum? 

— Estamos muito satisfeitos. Posso confirmar que esta foi uma boa semana em termos de trabalho. Quando volto a casa e abro a porta, se volto com um sorriso significa que o trabalho foi bom. Até agora, têm ajudado a chegar com um grande sorriso. Só duas vezes em que voltei triste. Estão a fazer um grande trabalho.

Pode ser difícil de acreditar, mas ainda não bebi vinho desde que cheguei. Não posso comparar. Não tenho termo de comparação, estou curioso para perceber como é o vinho português. 

É um treinador novo e está num grande clube. Sente-se preparado para este desafio? 

— Acho que nunca estamos preparados. Descobrimos coisas quando estamos cá dentro. Claro que temos as nossas ideias, princípios, mas o que aprendi é que em qualquer lugar temos de ter a porta aberta para adaptações. O esforço torna-nos melhores pessoas, aprendemos muitas coisas. Da minha experiência, aprendi imenso e estou muito grato. Acho que a responsabilidade de trabalhar nestes clubes é um privilégio e quando trabalhamos em frente a muitos adeptos, ainda se torna um maior privilégio. A única coisa que posso fazer é provar com o meu trabalho que estou preparado.  

A sua adaptação ao Porto foi boa? A comida e o vinho são melhores em Itália ou Portugal? 

Pode ser difícil de acreditar, mas ainda não bebi vinho desde que cheguei. Não posso comparar. Não tenho termo de comparação, estou curioso para perceber como é o vinho português. 

Vai perder vários internacionais na paragem das seleções, sobretudo no meio-campo, com a partida de Froholdt, Eustáquio e Alan Varela. Até que ponto isso pode afetar o processo da equipa? 

— É um grande sucesso para o Alan Varela ter sido convocado. Não só para ele. É um sucesso do clube, de toda a instituição. Merece muito por tudo o que tem feito. Espero que a convocatória traga-lhe ainda mais energia para o jogo de amanhã. É um dos cenários para os quais temos de estar preparados, alguns vão sair para as seleções. É criar o tempo certo para descansarem e jogarem. Vamos tentar organizar um particular durante a pausa para ver os jogadores menos utilizados.

É um grande sucesso para o Alan Varela ter sido convocado. Não só para ele. É um sucesso do clube, de toda a instituição. Merece muito por tudo o que tem feito

Mora está no estado emocional certo para jogar pelo FC Porto, com todo o ruído à sua volta com o interesse do Al-Ittihad? 

— Posso evitar responder, mas vou dar uma resposta. O Mora está aqui e o meu sentimento é de que está conectado e preparado para ter um papel importante no jogo. O mercado continua aberto, para toda a gente. Temos de estar preparados para todos os cenários. O meu foco é sobre os jogadores que estão aqui, com toda a energia para o jogo em Alvalade, é o estádio pior, onde o FC Porto perde mais jogos. Temos a oportunidade de contornar a história recente e é nisso que estamos focados.