«Não sou o Schmeichel disfarçado», diz o novo guarda-redes do Manchester United
Recentemente, o treinador RUben Amorim referiu-se à «enorme» pressão exercida sobre qualquer guarda-redes do United na era digital. Aos 23 anos e com apenas uma época completa como titular, seria compreensível que Lammens sentisse essa pressão de forma mais intensa, especialmente depois de a direção do clube ter vetado a contratação de Emiliano Martínez, campeão do mundo pelo Aston Villa, no último dia do mercado de transferências.
No entanto, numa entrevista à BBC Sport, antes da deslocação a Nottingham Forest, Lammens afirmou: «Claro que se ouve dizer que há muita pressão por vir para aqui e jogar nesta equipa. Mas eu aceito isso. Em primeiro lugar, é ótimo poder jogar por um clube tão grande. É suposto haver muita pressão, não tenho medo dela.»
A falta de confiança dos adeptos de Old Trafford em André Onana, agora emprestado ao Trabzonspor, e em Altay Bayindir, titular nos primeiros seis jogos da Premier League, foi tal que Lammens foi aplaudido de pé na primeira vez que agarrou uma bola na sua estreia contra o Sunderland, a 4 de outubro.
O primeiro jogo sem sofrer golos da época para o United foi um regresso bem-vindo, motivando cânticos como «És o Schmeichel disfarçado?», numa alusão a uma das maiores lendas do clube, o dinamarquês Peter Schmeichel.
Lammens ficou lisonjeado, mas afastou a comparação. «Não sou o Schmeichel disfarçado. Sou apenas o Senne Lammens a tentar ajudar a equipa», disse, sublinhando a ambição: «É um elogio incrível, mas temos de ser realistas. Ele é um dos melhores guarda-redes de sempre. Tenho de provar muito mais para poder ser comparado a ele.»
Lammens sente que a ligação com a sua defesa tem sido fundamental para o seu sucesso. Harry Maguire e Matthijs de Ligt fizeram questão de lhe explicar o que esperam dele.
«Disseram-me que não preciso de ser o guarda-redes mais espetacular ou especial, apenas de estar presente nos momentos importantes para dar confiança à equipa», revelou. «Isso fá-los sentir mais relaxados, sabendo que têm alguém atrás que os pode ajudar. Um dos pontos-chave de um guarda-redes é ajudar a defesa com a comunicação. Orgulho-me de ser calmo e controlado, mas quando é preciso consigo ser duro ou gritar com os colegas. Ter ambas as características é bom.»
Lammens, contratado ao Antuérpia por cerca de 20 milhões de euros, considera que a decisão de não ser titular nos três primeiros jogos foi acertada. «O treinador percebeu [as dificuldades nos treinos] e deu-me algum tempo para me adaptar. O primeiro jogo que disputei foi a oportunidade perfeita para mim. A partir daí, tudo correu bem. Não poderia ter imaginado um começo melhor.»
O guarda-redes está focado em garantir a qualificação para as competições europeias, mas não esconde o sonho: «Quero ter uma longa carreira aqui. E, quem sabe, no final, poder ser mencionado ao lado de nomes como Schmeichel, [Edwin] Van der Sar e [David] de Gea. Seria fantástico.»