Na base do improviso: Vingegaard fala no pódio «mais especial de sempre»

Depois de uma tarde caótica com mais protestos pró-Palestina e anti-Israel, que levaram à anulação da última etapa da Volta a Espanha, com chegada a Madrid, e também cancelamento das cerimónias dos pódios, os corredores não quiseram ficar sem essa recordação e as equipas Visma – do vencedor Jonas Vingegaard, Q36.5, UAE e Trek improvisaram essa celebração no parque de estacionamento do hotel da Visma e Q36.5, que colocou Tom Pidcock no terceiro lugar da classificação.

Vingegaard, João Almeida e Tom Pidcock tiveram direito a pódio e champanhe, numa celebração espontânea com cartazes, colunas de som – e claro, we are the champions, dos Queen - e palanque feito de geleiras, com os números 1, 2 e 3 desenhados a caneta.

Jonas Vingegaard recebeu a camisola vermelha, da classificação geral, enquanto Mads Pedersen (camisola verde - pontos), Jay Vine (camisola da montanha) e Matthew Riccitello (camisola branca - juventude) também foram distinguidos, assim como toda a equipa da UAE Emirates, de João Almeida e Ivo Oliveira.

Apesar de ter decorrido longe dos holofotes e dos gritos da multidão, para Vingegaard teve um sabor especial. «Foi um pódio divertido e, de certa forma, provavelmente mais especial do que qualquer outra coisa que já experimentei. O dia inteiro foi surreal», disse ao canal dinamarquês TV2, que gravou a cerimónia improvisada.

«Devo admitir que fiquei um pouco desapontado por não ter celebrado no centro de Madrid, mas esta também foi uma forma gira de celebrar», completou, referindo como surgiu o momento. «Eles conversaram entre si e perguntaram se devíamos tentar fazer alguma coisa, porque achámos que era uma pena que nada se fizesse. É uma pena que seja nestas circunstâncias, mas é ótimo que se tenha podido fazer alguma coisa», concluiu.