Mbappé: «Ser mencionado ao lado de Cristiano Ronaldo já é um orgulho»

Cinco meses depois de superar Viktor Gyokeres e conquistar a Bota de Ouro, Kylian Mbappé recebeu esta sexta-feira este prémio individual pela primeira vez na sua carreira, ao marcar 31 golos em 34 jogos na LaLiga. O francês parece ter aumentado o nível esta temporada - 11 golos em 10 jogos - e admitiu que tem o desejo de voltar a vencer este troféu, que seria um sinal de que continua a fazer bem o seu trabalho.

Em entrevista aos membros da European Sports Media (ESM), organização da qual A BOLA é fundadora e membro permanente, o internacional francês abordou a conquista desta Bota de Ouro e apontou os seus objetivos para a atual época, tanto a nível coletivo como individual, não esquecendo o seu ídolo, Cristiano Ronaldo, ex-Real Madrid.

- Sonhavas com esta Bota de Ouro desde criança? Vê-a como a primeira de muitas?

- Claro. Desde criança, sonhamos sempre em marcar golos. Acho que todas as crianças que começam a jogar futebol sonham em marcar, em marcar muitas vezes. No final, é um prémio muito importante e deixa-me muito feliz, mas todos sabem que as conquistas coletivas são as mais importantes. Espero ganhar outra Bota de Ouro no futuro, mas acima de tudo espero que ganhemos a LaLiga. Ganhei a Bota de Ouro graças aos meus golos na LaLiga, o meu objetivo este ano é continuar na mesma linha com a equipa. Se ganharmos a LaLiga e eu conseguir outra Bota de Ouro, ficarei ainda mais feliz do que agora.

- Há muitos golos, qual guardaria especialmente no seu telemóvel?

- Normalmente digo sempre o último, mas desta vez escolheria o primeiro, porque foi o meu primeiro golo no Bernabéu. Foi uma emoção especial contra o Betis, o primeiro de muitos que espero marcar neste estádio. Foi um momento que marcou o início da minha história no Bernabéu e deixou-me uma lembrança muito bonita.

- Vês-te mais como um 10 ou como um 9?

- Lembro-me que no dia da minha apresentação, quando me perguntaram, eu disse que não me importava com a posição exata. Sou um avançado que pode jogar em várias posições e marcar de qualquer lugar. No final, só olho para a baliza. Prefiro que sejam os outros a descrever o que sou. O meu objetivo é fazer o meu trabalho e fazê-lo bem, independentemente da posição em que o treinador me colocar.

- Mudaste alguma coisa desde que ganhaste o Mundial em 2022?

- Espero ter mudado, porque é a evolução normal de um jogador de futebol. É preciso melhorar sempre. Seria um problema se eu fosse o mesmo de sete anos atrás. Acho que com tudo o que conquistei e com os erros que cometi, aprendi e me tornei o jogador e a pessoa que sou hoje. Mudar é positivo, desde que seja para melhorar, e eu não sou o mesmo de antes.

- Qual é a maior diferença entre o PSG e o Real Madrid?

- São clubes muito diferentes, com histórias distintas. O PSG é um clube muito mais jovem, enquanto o Real Madrid tem muito mais anos e uma história mais profunda. A cultura também é diferente. Sem dúvida, o Real Madrid é o melhor clube do mundo, mas o PSG também está entre os melhores. São duas formas diferentes de entender o futebol e tenho orgulho de ter feito parte de ambos.

- Pensas em superar Cristiano Ronaldo?

- Não sei como responder a essa pergunta. Todos sabem que Cristiano é uma referência em Madrid, o número um. Estou aqui há um ano e meio e ele ficou nove anos. Não posso me comparar com o que ele fez, o meu caminho é diferente. Ser mencionado ao lado de Cristiano já é um orgulho, mas só penso em seguir meu caminho, ajudar a equipa e ganhar todos os títulos possíveis.

- Ficaste surpreendido com Arda Guler e a ligação que tens com ele?

- Não, não me surpreende. É um jogador jovem com muito talento, preparado para ajudar a equipa. Começou a temporada de forma impressionante para a sua idade. Tem um toque mágico que encanta os adeptos do Bernabéu. Só desejo que continue assim, porque pode ser muito importante para nós e fico feliz por jogar ao lado dele.

- Champions, Mundial, Bola de Ouro... quais são os teus objetivos para este ano?

- Como competidor, quero lutar por tudo. Não se deve escolher um único objetivo. Vai ser difícil, mas quero ganhar tudo e dar o meu melhor em cada competição.

- Como se concentra durante os 90 minutos e se mantém a 100%?

- Nunca estamos a 100%. Há sempre algo que nos impede de dar tudo, mas isso não é desculpa. O meu objetivo é sempre dar o meu melhor, respeitar o clube, os adeptos e a equipa, e preparar-me da melhor maneira possível. Às vezes é fácil, outras vezes não, mas temos de dar tudo.

- Como te sentes no teu papel com Xabi Alonso?

- Tive muitos treinadores e estou habituado a que cada um tenha a sua filosofia e estilo. O Xabi é diferente do Ancelotti, tem a sua maneira de trabalhar e, aos poucos, estamos a entender o que ele quer. Nota-se em campo que melhorámos desde o início da temporada, embora ainda tenhamos margem para melhorar. Ainda não ganhámos nada, mas estamos no caminho certo e esperamos conquistar todos os títulos possíveis.

- Lembras-te da sua experiência com Xavi Simons no PSG? Gostarias de enfrentá-lo na Champions?

- Sim, ele era um jovem muito talentoso. Tomou decisões inteligentes ao ir para o PSG para ter minutos de jogo e, depois, para o Leipzig, onde jogou muito bem. Agora está no Tottenham e espero que continue a crescer e consiga tudo o que deseja. Desejo-lhe muita sorte.

- Estabeleceu alguma meta de golos para este ano?

- Não, nunca estabeleço um número como limite. O meu objetivo é aproveitar todas as oportunidades para marcar e ajudar a equipa. Quanto mais golos marcar, mais títulos poderemos ganhar. A minha prioridade é sempre contribuir para a equipa, seja marcando golos ou fazendo qualquer outra coisa que nos permita ganhar.

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