Kylian Mbappé: «Espero que os meus filhos odeiem futebol»
Kylian Mbappé, a superestrela do Real Madrid, voltou a partilhar abertamente as suas perspetivas pessoais. O internacional francês surpreendeu ao admitir, numa entrevista exclusiva, que espera que os seus futuros filhos não sigam carreira no futebol.
Numa extensa entrevista ao jornal francês L’Equipe, quando questionado se conseguiria imaginar filhos que detestassem futebol, o avançado respondeu com uma franqueza invulgar: «Espero que sim. (Mbappé ri-se) Mas acho que, infelizmente, uma bola nunca estará longe... De qualquer forma, nunca aconselharia o meu filho a entrar no mundo do futebol», confessou.
A sua observação sublinha a consciência da imensa pressão e dos perigos que acompanham o desporto de elite. Embora a ideia possa chocar aqueles que o veem como um profissional por excelência, o sentimento do francês alinha-se com entrevistas anteriores onde alertou os pais para não forçarem os sonhos futebolísticos nos seus filhos.
Os jovens não devem sonhar em ser como eu. Porque o significado de um sonho é não ter limites.
Mbappé aborda a saúde mental e a essência do dinheiro
Kylian Mbappé é um dos atletas mais celebrados e escrutinados. E, no início desta semana, abordou abertamente a saúde mental no desporto de elite, descrevendo como os atletas relutam em mostrar vulnerabilidade. «A complexidade da questão é que as pessoas têm dificuldade com isso. Não se deve mostrar. Alguém na sala diria: 'Caramba, pelo preço que te pagam, eu estaria feliz todos os dias!'», explicou o avançado do Real Madrid.
«É por isso que, por vezes, é melhor guardar para dentro. Se eu ganhar o Mundial e três dias depois me perguntam sobre isso, sou praticamente intocável ali. Se perdes um jogo e dizes a mesma coisa, dizem-te que estás a dizer isso porque foste terrível. Não muda nada se eu já era assim antes do jogo... É tudo uma questão de timing», exemplificou o agora capitão dos Bleus.
Por fim, sobre o lado financeiro da sua carreira, Mbappé admitiu que a riqueza não o libertou de preocupações, mas criou novos fardos. «Quanto mais dinheiro se tem, mais problemas se tem. No mundo do futebol, o dinheiro está em todo o lado, e faz as pessoas agirem de forma diferente. Por vezes, é nojento», disse ao L’Équipe.