Kiwior: «Fui eu quem quis sair do Arsenal. Arteta não queria»
Concentrado na seleção da Polónia, Kiwior concedeu uma entrevista ao canal televisivo TVP Sport na qual falou sobre a parceria 100 por cento eficaz com Bednarek no FC Porto e esclareceu o processo de saída do Arsenal para os dragões: «O Arsenal não queria deixar-me sair.»
Foi Kiwior quem abriu as portas para sair do emblema londrino e não o contrário. «Ria-me dessas notícias, porque era exatamente o contrário. Foi o Arsenal que não queria deixar-me sair e demorou bastante para concordar com a transferência. Era valorizado pelo jogador que era lá. Ninguém queria livrar-se de mim. Também neste último mercado a conclusão do negócio esteve em aberto até ao fim. O treinador, Mikel Arteta, não queria deixar-me ir para Portugal. Por isso, nunca me senti indesejado no Arsenal, nem tinha motivos para sentir que era empurrado para fora do clube. A decisão de sair foi exclusivamente minha. Queria ser titular, mas com o Gabriel e o Saliba à minha frente, as hipóteses de isso acontecer eram pequenas», explicou.
O jogador revelou que foi ele quem tomou a iniciativa de conversar com Mikel Arteta para discutir a sua saída do clube. «Fui eu que o convenci. Simplesmente fui falar com ele e expliquei-lhe como via toda a situação», disse. Segundo o polaco, Arteta mostrou-se compreensivo em relação às suas aspirações. «Ele percebeu as minhas aspirações e o meu desejo de jogar, e acabou por me agradecer pela forma como me comportei, tanto como pessoa como jogador, durante todo o tempo que trabalhámos juntos», vincou.
A decisão acabou por ser tomada rapidamente, com o treinador a valorizar a postura de Kiwior: «Aceitou os meus argumentos, falou com o diretor-desportivo e, a partir daí, as coisas aconteceram rapidamente. Valorizou o facto de nunca ter ficado desiludido comigo.»
FC Porto ligava «todos os dias»
Sobre quem o convenceu a aceitar o desafio no FC Porto, o atleta foi claro: «Foi o FC Porto, com a sua determinação. A certa altura, contactavam-me todos os dias. Lutaram com todas as suas forças, vi que se importavam. Não desistiram e não desanimaram, apesar das muitas recusas do Arsenal. Perseguiram o seu objetivo e conseguiram-no. Vi que não desistiam, por isso achei que valia a pena ir por esse caminho. Tive muitas propostas, mas a certa altura apostei no FC Porto. E quando vi que o Jan Bednarek se tinha juntado a eles, disse a mim mesmo: 'Se der certo, vai ser ótimo'. E está a ser».
«Cheguei a um clube grande»
Kiwior revelou ainda estar surpreendido com o clube e elogiou a história dos dragões: «Vindo do Arsenal, não podia haver um grande efeito uau, mas recentemente toda a equipa visitou o museu do clube, tivemos um encontro com lendas do FC Porto, vimos filmes do passado... Cheguei a um clube realmente grande, com enormes tradições. Recomendo a todos, lá ainda hoje se lembram bem dos polacos - Józef Mlynarczyk, que em 1986 conquistou com eles a Taça dos Campeões Europeus, continua a ser uma lenda. Graças aos polacos que jogaram lá no passado, também é mais fácil para nós, e eles sabem que tipo de pessoas somos. Espero que continuemos assim e tenhamos sucesso. O objetivo é reconquistar o campeonato português, que o FC Porto ganhou pela última vez em 2022.»
Farioli «vai ao detalhe»
Quanto ao trabalho com o treinador Francesco Farioli, o jogador destacou a abordagem tática e a atenção ao detalhe: «Tivemos uma reunião, ele mostrou-me como quer que joguemos na defesa. Quando as negociações estavam em curso, mas tudo indicava um desfecho positivo, assisti a alguns jogos do FC Porto para saber o que me esperava. Integrei-me rapidamente na equipa. Às vezes, o treinador mostra um esquema no quadro e um jogador tem dificuldade em acreditar que será capaz de executá-lo em campo. Mas depois assiste ao vídeo e vê que é possível. O treinador dedica muito tempo à preparação tática, presta atenção ao mais ínfimo detalhe.»
Passo em frente
Kiwior explicou as motivações que o levaram a trocar o Arsenal pela equipa dos dragões e a Premier League pela Liga portuguesa e afasta a ideia de ter dado um passo atrás. «Não acho que tenha dado um passo atrás. O FC Porto tem muito em comum com o Arsenal - são grandes clubes, com grandes aspirações, adeptos fantásticos, estádios e com história. Não foi difícil dizer adeus a Londres, tendo em conta quais eram as perspetivas desportivas», afirmou o defesa-central, destacando ainda que o clima português pesou na decisão: «Em Londres chove muito mais, em Portugal é mais quente. Queria mudar-me para um país com um clima mais agradável para a minha esposa e os meus filhos... é assim que chamo os meus dois cães de raça ‘poodle’. Podemos passar mais tempo ao ar livre e junto ao oceano. Por enquanto só molhei os pés, a água está fria, mas chegará o momento em que irei mergulhar.»
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