Joujou abriu o Sorriso a mais três pontos (crónica)
Continua o estado de graça do Famalicão na Liga, de sorriso aberto na parte alta da classificação e mostrando uma equipa sólida a defender – tem só quatro golos sofridos - e eficaz a finalizar. Foi o 7.º jogo dos minhotos com a sua baliza a zeros na Liga. Casa Pia (1) e Arouca (1), em empates, e Sporting (2) na única derrota na competição, foram os únicos que conseguiram marcar. Os madeirenses quebraram um ciclo de quatro jogos sem derrota, mas venderam-na cara.
O momento das duas equipas prometia, talvez por isso a primeira-metade desiludiu em termos qualitativos. O relvado, que com o passar dos minutos foi ficando pesado, também não ajudou e condicionou tecnicamente. E as balizas estiveram sempre muito distantes, visão validada pelas escassas oportunidades.
O Nacional entrou a pressionar alto, tentando condicionar a primeira fase de construção e saída dos minhotos, tornando-os menos intensos do que tem sido habitual. Contudo, em termos ofensivos, os madeirenses também sentiram dificuldades em criar situações que pudessem ferir o adversário. Apenas por uma vez, aos 12’, estiveram perto de o fazer, num remate de Paulinho Bóia que levava a direção certa, mas que foi desviado de forma providencial por Ibrahima Ba.
Paulatinamente os minhotos foram conquistando metros e terminaram por cima antes do descanso. E foram mais assertivos, aproveitando a única oportunidade que tiveram para adiantarem-se no marcador. Sorriso desamarrou-se da linha lateral e fletiu para o meio para disparar para defesa de Kaique, que afastou a bola para o seu lado direito, onde Joujou foi mais rápido que João Aurélio e marcou com um remate cruzado.
Um golo anulado ao Nacional abriu a segunda metade, com Zé Vítor adiantado 103 cm quando empurrou a bola para dentro da baliza, na sequência de um livre. E mais complicado ficou para os madeirenses com a expulsão de Zé Vítor, pouco depois.
O Famalicão aproveitou a vantagem numérica e teve oportunidades de aumentar a vantagem, face à maior exposição dos insulares que, mesmo com menos um, não abdicaram de ir à procura do empate. Mas deixavam espaço atrás que os minhotos apreciaram. Mathias de Amorim (74’), Gustavo Sá e van de Looi, ambos aos 80 minutos, estiveram perto de o conseguir.
O acreditar dos madeirenses até ao fim colocaram-nos perto de contrariar o marcador por Chuchu Ramirez e Nourani (89’) e num cabeceamento de Matheus Dias (90+3’). Mas o seu adiantamento também deixou Gil dias (90+8’) só com Kaique pela frente, mas o tiro saiu ao lado.
As notas dos jogadores do Nacional (4x2x3x1): Kaique (6), João Aurélio (5), Léo Santos (6), Zé Vitor (5), José Gomes (5), Matheus Dias (6), Liziero (5), Witi (5), Filipe Soares (5), Paulinho Bóia (6), Jesús Ramírez (5), Nourani (5), Vallier (4) Alan Nuñez (4), André Sousa (-) e Joel Silva (-)
As notas dos jogadores do Famalicão (4x3x3): Carevic (6), Rodrigo Pinheiro (5), Ibrahima Ba (6), Léo Realpe (5), Pedro Bondo (5), Gustavo Sá (6), van de Looi (6), Mathias de Amorim (5), Sorriso (7), Simon Elisor (6), Joujou (7), Gil Dias (5), Rafa Soares (4), Zabiri (4) e Marcos Peña (-)
O que disseram os treinadores:
Tiago Margarido, treinador do Nacional
«Na 1.ª parte tivemos o domínio, procuramos através de circulação criar problemas na organização defensiva do Famalicão. Apesar de não termos tido grandes oportunidades, tínhamos o domínio e o golo do Famalicão surge na única oportunidade que eles têm. Na 2.ª parte com a desvantagem procuramos reagir e acabamos por ter um golo anulado. A equipa entrou com a atitude certa, só que depois da expulsão, tudo muda. A partir daí, com a qualidade que eles têm de circulação num campo largo, criaram-nos dificuldades e obrigaram-nos a correr muito para a recuperação da bola. Mesmo assim a jogar com menos um, talvez mais com o coração do que com a cabeça, conseguimos duas oportunidades. Mediante os constrangimentos a equipa lutou até onde pôde.»
Hugo Oliveira, treinador do Famalicão
«É uma vitória justa, apesar do Nacional ter entrado melhor no jogo. Teve mais bola, mas foi nos sítios que nós queríamos para levar o jogo para o nosso lado. A partir do momento em que começámos a ligar mais o jogo entre linhas criámos mais situações e fizemos o golo num momento em que o jogo estava equilibrado. Fomos, mais uma vez, uma equipa madura, sólida, mas fomos demasiado emotivos. Não devíamos e não podíamos ter chegado ao final a ganhar por 1-0 e com mais um elemento dentro do campo, poderíamos ter matado o jogo. O Nacional é uma boa equipa e estando a perder e com menos um jogador acabou por criar momentos de frisson nessa nossa incapacidade de não ter a bola durante algum tempo e acabamos por sofrer na parte final sem necessidade.»