Morten Hjulmand, capitão do Sporting - Foto: IMAGO
Morten Hjulmand, capitão do Sporting - Foto: IMAGO

Hjulmand foi grande no chão e sobretudo no ar (as notas do Sporting)

Capitão esteve sempre muito bem e arrancou, aos 90+4, desvio de cabeça que levam mais três pontos para Alvalade. Maxi Araújo teve coração para dar e vender e 'sacrificou-se' aos 90+1 quando viu o cartão vermelho
(7) Hjulmand
Havia Gyokeres, há Hjulmand. O Sporting deixou o sueco sair para o Arsenal, mas ficou com o dinamarquês bem seguro. É meio caminho andado para se manter uma grande equipa. O capitão leonino atravessou fase menos boa no arranque da época e agora parece, pouco a pouco, jogo a jogo, recolocar-se ao nível a que habituou os adeptos verde e brancos. Exemplar a meio-campo, controlando quase todos os adversários, mesmo num relvado muito difícil e pesado. Assumiu o risco de muitos passes a rasgar e um, muito vertical, permitiu a entrada perigosa de Suárez. Esteve em 17 dos 18 jogos do Sporting na época (de fora no Sporting-Alverca, da Taça da Liga) e apenas num deles não jogou o tempo todo (70’ com o Kairat). Frente ao Santa Clara, o ponto alto foi, claro, o golo de cabeça que permitiu a vitória aos leões, mas, até se chegar ao minuto 90+4, Hjulmand esteve em muito bom nível.

(5) Rui Silva – Chegou aos Açores após a melhor exibição da época (Juventus) e começou logo, ao minuto 5, por sofrer o golo de Vinícius. Sem ponta de culpa, pois o remate do brasileiro não lhe deu qualquer possibilidade de defesa. Muito mais tarde, aos 68’, recolheu bola quase morta rematada também por Vinícius.

(5) Fresneda – Começa a perceber-se que está um passo à frente de Vagiannidis na luta pela titularidade no lado direito da defesa. Porém, como se viu neste jogo, está ainda longe de convencer. Esforçou-se muito, mas, por entre passes falhados e raides atacantes sem ponta de perigo, passou quase ao lado do jogo. Chegou atrasado ao remate de Vinícius para o 1-0, mas aí dificilmente poderia fazer melhor. Melhor na segunda parte, mas não o suficiente para se falar em muito boa exibição.

(4) Diomande – Após prolongada lesão, tem sido titularíssimo. Entrou, porém, muito mal, como se fosse apenas um principiante. Demasiadas faltas, defensivas e ofensivas, e ainda erro tremendo no golo do Santa Clara, cortando a bola para as pernas de Wendel, que fez o cruzamento para o remate vitorioso de Vinícius. Perto dos 90’, nova falha incrível, isolando Brenner frente a Rui Silva, que rematou sem nexo.

(5) Gonçalo Inácio – Apenas não jogou com Paços de Ferreira (Taça de Portugal) e Alverca (Taça da Liga). De resto, nem um minuto falhou na época. Muito mais seguro do que Diomande a defender e mais perigoso a lançar companheiros, como num passe para a entrada de Pedro Gonçalves. Desatento, aos 90’, permitiu a fuga de Brenner que levou ao cartão vermelho de Maxi Araújo.

(7) Maxi Araújo – É a alma, o coração e os pulmões do Sporting. Muito bom cruzamento para o desvio de cabeça, falhado, de Luis Suárez e, mais tarde, desviando ele próprio, igualmente de cabeça, por cima da baliza. Arrancou segunda parte de bom nível, correndo, lutando, ajudando. O relvado está mau? Ele apostou na garra, no esforço e no suor. Sacrificou-se, aos 90+1, derrubando Brenner pouco antes da grande área. Viu o justo cartão vermelho e seria sem ele em campo que o Sporting chegaria ao 2-1. Mera coincidência…

(4) João Simões – Oitavo jogo no Sporting, sexto a titular, mas sem a influência que costuma ter. Perdeu as sucessivas batalhas físicas com os médios adversários e, por isso, não criou perigo.

(6) Geny Catamo – Tem alternado a titularidade com Quenda e apenas frente ao SC Braga jogou os 90'. Demorou para criar perigo, só aparecendo quando o cronómetro ia nos 20 minutos, num remate fraco para defesa de Gabriel Batista. Tentou, tentou, tentou e, aos 32’, fez o cruzamento perfeito para Pedro Gonçalves, de cabeça, chegar ao empate. Teve ainda, logo após o 1-1, grande passe para a entrada de Suárez, que rematou já sem ângulo. Saiu cedo na segunda parte para a entrada de Quenda.

(5) Trincão – Remate de muito longe para defesa de Gabriel Batista, aos 73’. Esforçou-se, mas não era noite para brilhar. Ninguém brilha num relvado daqueles. Saiu instantes antes do 2-1 final.

(6) Pedro Gonçalves – Marcara oito golos e assistira em outros seis. Ou seja, um em cada três golos tinha a 'impressão digital' do número 8 dos leões. E pós-Santa Clara passou a ter mais um golo, pois marcou o 1-1 de cabeça, na sequência de cruzamento de Catamo. Antes, teve três oportunidades para criar perigo, mas não passaram de tentativas. Azar, à entrada da segunda parte, lesionando-se para entrar Morita (58’).

(5) Luis Suárez – Marcara em cinco das últimas seis jornadas da Liga. Passou o primeiro tempo sem muitas bolas perigosas e, quando as teve, demorou demasiado tempo a rematar, como num desvio de cabeça, após cruzamento de Maxi Araújo. Já com 1-1, teve duas possibilidades para chegar ao golo, mas rematou já sem ângulo para fora e, logo a seguir, num remate cruzado, o guarda-redes desviou pela linha de fundo. Boa jogada aos 63’, entrando da esquerda para o meio, rematando para as nuvens, aparentemente devido ao estado da relva. Novo remate, aos 78’, ao lado do poste direito.

(6) Ioannidis – Cresceu muito nos últimos jogos, sobretudo na sua melhor qualidade: fazer golo. Entrou ao intervalo para o lugar de João Simões e mostrou-se sempre possante, aguerrido e destemido, arrancando 45 minutos de bom nível. Muito boa oportunidade, aos 87’, de cabeça, desviando a bola muito ao lado. Quase marcou, pertinho do fim, junto à linha de fundo, com Gabriel Batista a evitar o golo.

(5) Quenda – Começou por marcar cantos muito fracos, passou para remate rente ao poste direito e, com a saída de Fresneda, terminando quase como lateral direito. Acaba por ser destaque por ter sido ele quem marcou o pontapé de canto que originou o golo de Hjulmand.

(5) Morita – Não está ainda ao nível a que habituou os sportinguistas e, assim, quase se limitou a ser cerebral nas manobras defensivas, roubando muitas bolas e entregando-as bem limpas.

(4) Alisson – Pouco mais de 15 minutos em campo. Sem tempo (nem relvado) para brilhar.

(-) Matheus Reis – Entrou instantes antes do pontapé de canto que decidiu o jogo. Ou seja, escassos minutos para ficar na história do jogo.