Gastou €90M e continua sem vencer: histórico italiano vive momento negro
Em Florença, o ambiente é de inquietação. A Fiorentina, um dos clubes mais históricos do futebol italiano, investiu cerca de 90 milhões de euros no último mercado para reforçar o plantel, mas o início da Serie A tem sido um autêntico pesadelo. Sete jornadas, três empates, quatro derrotas e nenhum triunfo. Os números explicam, por si só, o desânimo que tomou conta dos adeptos viola.
O investimento foi pesado e ambicioso. Chegaram jogadores com qualidade reconhecida, entre jovens promessas e nomes experientes que supostamente trariam estabilidade. Dzeko, Piccoli, Sohm, Lamptey (que já se lesionou), entre outros, chegaram para serem soluções, Gudmundsson, Gosens e Fagioli foram adquiridos em definitivo, enquanto Kean, De Gea, Mandragora, Luca Ranieri e Dodô - figuras da época passada - continuam no Artemio Franchi. A expectativa era de ver uma equipa competitiva, capaz de lutar por um lugar europeu e, quem sabe, melhorar o sexto lugar da temporada transata.
No entanto, o que se vê em campo é uma Fiorentina sem identidade, presa em dúvidas táticas e a sofrer golos em momentos cruciais dos jogos. Falta confiança, e parece faltar também uma ideia clara de jogo à turma do experiente técnico Stefano Pioli.
O pesadelo começou na primeira jornada, com o empate frente ao Cagliari (1-1). Seguiu-se nova igualdade, com o Torino (0-0), antes de duas derrotas consecutivas, nas jornadas seguintes: Nápoles (1-3) e Como (1-2). Novo empate frente ao recém-promovido Pisa (0-0) agudizou a crise e as derrotas diante de Roma e Milan, ambas por 1-2, colocaram o conjunto de Florença no 18.º lugar, em zona de despromoção.
A terrível forma no campeonato contrasto, no entanto, com a impecável caminhada europeia até ao momento. Em quatro jogos na UEFA Conference League (dois no play-off e dois na fase de liga), a Fiorentina soma... quatro triunfos.
Este cenário interno desperta memórias menos felizes. A Fiorentina já viveu períodos sombrios e não é alheia a crises profundas. Em 1993, caiu à Serie B num ano atípico. Em 2002, a tragédia foi maior: penúltimo lugar, falência, dissolução e recomeço no inferno da C2, a quarta divisão.
Contudo, nada está perdido. O campeonato ainda vai no início e há tempo suficiente para reagir. Sete jornadas não definem uma época e já se viu equipas começarem mal e terminarem fortes, o que não seria nada de extraordinário que acontesse à Fiorentina, dada a qualidade individual do plantel. Ainda assim, a pressão aumenta a cada semana... e a cada desaire.
A temporada está longe de acabar, e o futebol italiano, tantas vezes cruel, também sabe recompensar quem não desiste. Em Florença resta esperança e, por vezes, isso é o primeiro passo para um novo recomeço.
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