FC Porto: vénias de um craque da década de 80 para um génio da atualidade
Se Victor Froholdt assumiu o papel de maior destaque no embate com os colchoneros, outros elementos houve que confirmaram o que deles já se conhece. Um deles foi, claro está, Rodrigo Mora. O menino, espelho fiel do «ouro da casa» - expressão cuja exclusividade dos direitos de autor deve ser atribuída a André Villas-Boas -, foi lançado na etapa complementar, mas teve tempo mais do que suficiente para (voltar a) encantar a exigente massa associativa azul e branca. Que antes do início da partida, refira-se, já havia tributado o camisola 86 com uma estrondosa ovação, porventura mesmo a maior da tarde/noite.
E Paulo Futre não esconde que é fã do jovem craque. «Tem coisas que mais ninguém tem. Apesar de não ter a velocidade de um extremo, pode jogar na ala porque tem uma qualidade técnica que lhe permite fintar qualquer defesa e vir para dentro para assistir ou mesmo marcar golos. Tal como, de resto, se viu naquela jogada extraordinária na segunda parte [n.d.r.: ao minuto 77, quando Mora fintou meia equipa do Atlético e atirou a rasar o poste direito]», recorda o lendário 10 do FC Porto.
O mercado ainda ameaça levar Rodrigo Mora da Invicta, Futre está ciente disso, mas espera que os dragões consigam segurar o jogador, pelo menos, mais uma época: «Seria importante desportivamente o FC Porto manter o Mora pelo menos mais uma temporada. É um craque! Tal como eu já preconizei há uns meses, será uma questão de tempo até ser internacional. Tem uma qualidade de outro mundo. Talentos como este só aparecem de tempos a tempos.»
Paulo Futre, hoje com 59 anos de idade, ganhou, por direito próprio, o estatuto de ídolo no FC Porto. Chegou ainda muito jovem à Invicta, proveniente do Sporting, e de dragão ao peito tocou o céu, conquistando a antiga Taça dos Clubes Campeões Europeus (1986/1987), bem como dois campeonatos (1984/1985 e 1985/1986) e duas Supertaças (1984 e 1986).
Foi a Norte que se projetou definitivamente - com rótulo de melhor do mundo - para partir para uma carreira de nível superlativo, com especial enfoque no Atlético Madrid, clube que representou durante cinco épocas e meia - passou depois por Benfica (venceu a Taça de Portugal em 1992/1993), Marselha, Reggiana, Milan, West Ham e Yokohama Fiugels, sendo que, neste último ano da carreira, em 1998, ainda voltou ao seu Atlético Madrid.
Lembrando os seus tempos de FC Porto, a comparação com a situação de Rodrigo Mora, entenda-se, o apreço que sempre recebeu dos adeptos, algo que também acontece agora com o criativo.
«É um menino que, como se diz em bom português, tem de ser levado ao colo. Tem de ter todo o carinho, tal como eu tive quando era um menino no FC Porto. Isso dá confiança e permite ao Rodrigo Mora potenciar todas as suas infindáveis competências. Algo que, de resto, já se viu na época passada e que estou certo que irá continuar a acontecer». explanou.
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